A XP Investimentos revisou suas estimativas para as ações do Banco do Brasil – BB (BBAS3), ao elevar o preço-alvo de R$ 37,00 para R$ 41,00 até o final de 2025. A corretora manteve a recomendação de compra, destacando o valuation atrativo, a resiliência da instituição diante de um cenário macroeconômico desafiador e o potencial de valorização de 49%.
“Apesar do provável cenário macroeconômico desafiador em 2025 e da inadimplência mais alta no portfólio Agro, esperamos que o lucro líquido cresça 4% em relação a 2024”, afirma a XP.
A casa destaca que o banco deve ser beneficiado pela manutenção de juros altos, uma vez que “cerca de 40% dos recursos do BB vêm de poupança e depósitos judiciais, que rendem 6% ao ano”.
Essa estrutura de captação, segundo a XP, representa uma vantagem competitiva importante, já que permite ao banco lucrar mesmo em tempos de aperto monetário.
Além disso, a XP avalia que o banco deve recuperar seus índices de capital em 2025. “Acreditamos que o alívio na curva de juros, combinado a um crescimento modesto da carteira de crédito, será suficiente para recompor os índices de capital”, dizem os analistas da casa.
A princípio, em 2024, o índice de Basileia (BIS) havia recuado para 13,8% devido à volatilidade no mercado de títulos.
Perspectiva de desempenho para 2025
A carteira de crédito, que cresceu 15,3% em 2024, deverá crescer entre 5,5% e 9,5% neste ano. “Vemos esse ritmo mais lento como apropriado diante do cenário mais desafiador previsto para 2025”, afirma a XP.
No setor do agronegócio, mesmo com o aumento da inadimplência, o BB segue forte: “Entre 2020 e 2024, o portfólio Agro do banco cresceu 92%, atingindo R$ 357 bilhões. Apesar do crédito ter piorado, a diversificação entre culturas e regiões continua sendo uma fortaleza”.
Ativos e dividendos do BB
A XP também destaca que as ações do Banco do Brasil seguem negociando a múltiplos atrativos: 4,0x P/L e 0,8x P/VP para 2025. “Esse desconto nos parece excessivo, considerando que o banco apresenta um ROE acima de 20%”, diz a corretora.
Além disso, a XP ressalta a atratividade do papel para investidores que buscam retorno: “O portfólio defensivo do BB oferece uma camada extra de proteção em cenários adversos, com um dividend yield na casa dos 10%”.
Mesmo após uma valorização de 17% no ano, a XP considera que BBAS3 ainda está barata. “Seguimos vendo valor nas ações, com upside de 49% e fundamentos sólidos para sustentar a recomendação de compra”, conclui a casa.