Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – Não houve qualquer espécie de interferência do acionista controlador, o governo brasileiro, na execução das medidas de eficiência anunciadas pelo Banco do Brasil (SA:BBAS3), que seguem sendo executadas como aprovadas previamente, escreveram os membros do conselho do banco estatal em comunicado ao mercado desta quinta-feira (21), em que discorrem sobre as notícias da saída do presidente André Brandão da semana passada.
Segundo o documento, as notícias que especularam sobre o afastamento dele após o anúncio de fechamento de agências e do programa de demissão voluntária não passaram de “graves especulações”, sendo que nenhuma comunicação formal foi recebida pela companhia.
Os conselheiros, no entanto, defendem as medidas anunciadas no início do mês e que, segundo os veículos de impresa, teriam sido o motivo da discussão entre membros do governo para um possível desligamento de Brandão.
Segundo o documento, o BB vem adotando programas de aposentadoria ou desligamento e de ajustamento de quadros ao longo dos últimos anos, com a adesão de 17.482 funcionários desde 2015.
“Todos esses programas foram cuidadosamente elaborados e apresentados da forma mais socialmente responsável quanto possível, concedendo aos integrantes do público-alvo ampla irrestrita liberdade para conhecer seus mínimos detalhes, realizar análise isenta e, ao final, tomar a decisão que melhor lhes convier”, escrevem.
O banco diz que o programa tem como objetivo fazer o recrutamento de funcionários “mais jovens, menos custosos e, principalmente, mais bem preparados para o mundo digital”.
Os conselheiros também defenderam o anúncio do fechamento de agências, apontando que a reorganização da rede de atendimento objetiva a adequação ao novo perfil e comportamento dos clientes, “privilegiando a especialização do atendimento e a ampliação da oferta de soluções digitais”.
Entenda o caso
Relatos de várias agências de notícias entre os dias 13 e 15 de janeiro apontaram que o presidente Jair Bolsonaro teria se irritado com as medidas do programa de reestruturação da instituição anunciados recentemente e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teriam interferido para garantir a permanência de Brandão.
Ontem, os papéis do BB foram negociados em R$ 34,18, com queda acumulada de 9,55% no mês e de 26% no ano.