O aumento do Bitcoin (BTC) nos últimos meses, com preços que ultrapassam em muito o custo de produção e o valor do ouro, levanta questionamentos sobre a sustentabilidade do influxo de capital na moeda digital. Segundo analistas do JPMorgan, o ritmo atual de entrada de recursos, que já soma US$ 12 bilhões no ano, pode não se manter até o final de 2024.
Em um relatório publicado na quarta-feira (12), os analistas, liderados por Nikolaos Panigirtzoglou, reconhecem o forte crescimento do mercado de criptomoedas neste ano, impulsionado principalmente por fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista. No entanto, alertam para a incerteza sobre a continuidade desse ritmo até o final do ano.
Os ETFs de Bitcoin à vista captaram US$ 16 bilhões em entradas no acumulado do ano. Considerando ainda o impulso implícito nos futuros da CME e a captação de recursos por fundos de capital de risco criptográficos, o total de fluxos para o mercado de criptomoedas chega a US$ 25 bilhões no acumulado do ano.
No entanto, os analistas do JPMorgan alertam que nem todo esse valor representa dinheiro novo entrando no mercado. Uma parcela significativa está provavelmente migrando de carteiras criptos em exchanges para ETFs de Bitcoin à vista, motivada pela relação custo-benefício, liquidez e benefícios regulatórios que os ETFs oferecem.
Embora a projeção inicial indique uma entrada líquida anualizada de US$ 26 bilhões em criptomoedas, os analistas do JPMorgan demonstram cautela em relação à viabilidade dessa estimativa.
"Dado o quão altos os preços do Bitcoin estão em relação ao seu custo de produção ou em relação ao ouro, estamos céticos de que o ritmo acumulado no ano de US$ 12 bilhões continuará no restante do ano", afirmam os analistas no relatório.