Criptomoedas

BC revela que 99,7% das compras de Bitcoin no exterior são feitas por exchanges brasileiras

Regulador aponta que importações de criptomoedas contribuem para déficit comercial do país

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O Banco Central do Brasil (BC) revelou nesta semana que 99,7% das compras de Bitcoin no exterior são feitas por exchanges brasileiras para revender no país. O dado, que foi publicado em um relatório elaborado pelo BC, aponta que as importações de criptomoedas são um dos principais fatores que contribuem para o déficit comercial do país. 

O relatório foi elaborado por Fernando Augusto Ferreira Lemos, Gustavo Felipe de Sousa e Thiago Said Vieira. Os pesquisadores abordam o tratamento, nas estatísticas de balanço de pagamentos do Brasil, dos criptoativos semelhantes ao Bitcoin (BTC). 

Segundo o BC, o valor total das transações com criptomoedas no Brasil atingiu mais de US$ 7 bilhões em 2022. O valor médio das transações mantém-se acima de US$ 100 mil desde 2018, com recuo somente em 2022. 

O BC explica que o valor médio das transações com criptomoedas no Brasil recuou em 2022, apesar do aumento do número de transações já que o número de transações cresceu mais do que o valor transacionado.  "De 2020 a 2022, a participação de transações internacionais realizadas por pessoas físicas residentes no valor do comércio de CAWLM foi de apenas 0,3%. A participação das empresas financeiras e não-financeiras residentes representou, portanto, 99,7%", afirma. 

O relatório do BC mostra que a maioria dos endereços que vendem criptomoedas a exchanges brasileiras estão localizados em países estrangeiros, como Estados Unidos, Hong Kong, Cingapura, Ilhas Virgens Britânicas e Reino Unido. 

O BC também destaca que o balanço de pagamentos do Brasil registra um déficit significativo em transações com criptomoedas. Em 2022, as importações de CAWLM totalizaram US$ 7,5 bilhões, enquanto as exportações somaram apenas US$ 127 milhões. 

"A relativa ausência de exportação deve-se, entre outros fatores, ao alto custo de eletricidade no Brasil, o que inibe a mineração de criptomoedas. Esse argumento está respaldado por dados do FMI , que afirma que 80% da mineração mundial de Bitcoin tem sido realizada em apenas quatro países: China, Geórgia, Suécia e EUA", destaca o relatório.