Em meio ao desenvolvimento de suas próprias moedas digitais de banco central (CBDCs), os países do Brics anunciaram nesta terça-feira (6) a intenção de criar uma moeda digital comum para reduzir a dependência do dólar americano. A iniciativa, liderada por Rússia e Brasil, busca fortalecer o papel do grupo no sistema financeiro global e promover transações internacionais mais eficientes.
A nova CBDC dos Brics, ainda em fase inicial de planejamento, deve se basear em tecnologia blockchain e funcionar como um canal independente para liquidações comerciais, sendo uma alternativa ao dólar em transações internacionais. A plataforma de pagamentos digitais do grupo se chamará BRICS Bridge.
Deputado chinês pede aceleração da infraestrutura de blockchain para impulsionar economia digital
Segundo o assessor do Kremlin, Yury Ushakov, a iniciativa visa aumentar o papel das nações do Brics no sistema financeiro global, aumentar as liquidações em moedas nacionais e fortalecer as redes bancárias correspondentes.
“A primeira coisa a fazer é criar uma conexão com os sistemas de moeda digital dos bancos centrais existentes que já operam em vários países. Paralelamente, é necessário conectar os sistemas nacionais de mensagens financeiras", disse Ushakov.
No entanto, o projeto enfrenta diversos desafios, desde a integração das diferentes tecnologias de CBDCs em desenvolvimento pelos países membros até a criação de uma infraestrutura para suportar a nova moeda. Além disso, a falta de uma sede e funcionários estabelecidos pode atrapalhar nesses planos.
Atualmente, apenas a China possui uma CBDC em fase de testes com a população, enquanto os demais países do Brics ainda estão em fases iniciais de desenvolvimento. O Brasil, por exemplo, está desenvolvimento o Drex, mas enfrenta dificuldades na falta de funcionários enquanto aguardo definições envolvendo a LGPD.