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Mercado de influenciadores cresce no Brasil em 2023 e criptomoedas ganham espaço nas redes sociais

Descubra quem são os influenciadores brasileiros de finanças e quais temas são mais relevantes no setor

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O mundo dos investimentos, especialmente no mercado de criptomoedas, pode ser um desafio para muitos. Neste sentido, os influenciadores de investimentos ganham um papel de destaque, atuando como guias para iniciantes e experientes, oferecendo dicas, análises e insights

Os especialistas usam das suas redes sociais, como YouTube, Instagram, Twitter e Telegram, para levar esse conhecimento para o seu público-alvo. Para descobrir quem são esses influencers, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) lançou no início de janeiro a quinta edição do FInfluence – Quem fala de investimentos nas redes sociais.

Quem fala de investimentos no Brasil?  

Em parceria com o Ibpad (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados), o relatório revelou dados sobre influenciadores brasileiros de finanças durante o primeiro semestre de 2023. Com 515 influencers monitorados, a ANBIMA mostrou os assuntos mais tratados e até a plataforma com maior engajamento, além de estabelecer uma comparação com as pesquisas anteriores.

A pesquisa separou os influenciadores em algumas categorias de acordo com o acordo produzido e a forma que se apresentam para o público. As cinco principais tipologias são: produtor de conteúdo, investidor independente, regulador de mercado, trader e analista.

A gerente-executiva de Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados da ANBIMA, Amanda Brum, afirmou que devido aos casos de recuperação judicial (RJ) da Americanas (AMER3) e da Light (LIGT3), esse período foi marcado por “uma busca mais intensa por conteúdos que contemplassem opções para mitigar os riscos associados à renda variável e ao crédito privado”. 

Os dados mostraram que o X, antigo Twitter, manteve a primeira posição e continua sendo a rede social mais utilizada para influenciadores de finanças, contando com 45,1% do volume total.  

No entanto, o primeiro semestre de 2023, marcou um crescimento do YouTube no setor, totalizando 15,9% das proporções da publicação, atingindo uma interação de cerca de 6,4 mil por post.  

A ANBIMA produziu dois rankings separando pessoas físicas de empresas para os perfis mais relevantes nesse período no Brasil. O pódio de influenciadores foi composto pelo Tiago Guitián Reis em terceiro, o Primo Rico em segundo e o Economista Sincero em primeiro lugar. 

Apenas duas mulheres escalaram nesse ranking, com a Cristiane Fensterseifer e Carol Dias do Riqueza Em Dias, em sexto e oitavo lugar, respectivamente.

Sobre os tópicos abordados, o mercado de ações, economia brasileira e criptomoedas estão entre os assuntos que mais tiveram número de publicações. O fundador da Academia Cripto e influenciador, Thiago Rocha, disse que com o desenvolvimento do mercado cripto, o número de influenciadores desse setor pode aumentar.  

“Acredito que, conforme o mercado cresce e se desenvolve, principalmente com novas soluções cada vez mais amigáveis, teremos cada vez mais influenciadores se interessando por criar conteúdo no nicho cripto”, completou.  
 

Influencers de criptomoedas 

Com o aumento da popularidade das criptomoedas, muitos influenciadores digitais têm surgido para compartilhar suas opiniões e estratégias de investimento em criptoativos. A pesquisa da ANBIMA mostrou que as criptomoedas foram o produto com o maior volume de menções no primeiro semestre de 2023, seguido de moedas e dividendos. 

Os portais que mais trataram desse tema são o Cointelegraph Brasil, Portal do Bitcoin e Criptofácil. A gerente-executiva de Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados da ANBIMA, Amanda Brum, falou que os influenciadores de finanças são fiéis aos seus segmentos.  

“Enquanto em outros segmentos de marketing de influência os produtores de conteúdo costumam produzir sobre assuntos que estão bombando, os finfluencers se mantêm fiéis aos seus nichos. Afinal, se um influenciador é especialista em criptomoeda, ele não vai passar a falar de renda fixa só porque é o assunto que mais atrai o seguidor”, explicou Amanda.  

O influenciador Thiago Rocha disse que um dos maiores desafios para tratar sobre as criptomoedas atualmente são os “preconceituosos que acusam criptomoedas de serem golpes, pirâmides e coisas do tipo”. Ele ressalta que consegue contornar esses problemas com a técnica Feynman. Essa técnica é usada para simplificar assuntos com analogias e até ilustrações.  

 
Regulação de influenciadores de finanças no Brasil  

Por mais que esse nicho esteja crescendo, ainda é preciso cuidado tanto da parte dos influencers quanto do governo para a criação destes conteúdos. Rocha diz que tudo que ela ensina ou recomenda é algo que ele estudou e aplica no seu dia a dia, com seu próprio dinheiro.  

“Adicionalmente, considero importante que todos os investidores entendam os ciclos de mercado, aprendam sobre gerenciamento de risco e, principalmente, desenvolvam controle psicológico para seguir planejamentos, senão a ganância e o medo vão atrapalhar seus resultados”, completou o influenciador.  

Porém, a regulação do setor também pode vir de órgãos governamentais. A ANBIMA publicou em setembro de 2023, uma série regras para os influenciadores digitais de finanças, com o objetivo de garantir maior transparência para os investidores sobre os conteúdos.  

Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também já mostrou interesse em elaborar uma regulamentação para o setor. O chefe da Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos da CVM, Bruno Luna, disse a Forbes Brasil que “é preciso ficar claro que o influenciador está sendo remunerado para dar aquela opinião”.