Drex: detalhes inéditos e casos de uso da moeda digital brasileira

Antes do anúncio oficial do Banco Central, surgem detalhes sobre as propostas dos 16 consórcios para o Drex, a nova moeda digital brasileir

DREX
Banco Central do Brasil divulga lista de 13 projetos selecionados para a segunda fase de testes do Piloto Drex, envolvendo 16 consórcios e empresas

Antes do anúncio do Banco Central (BC) sobre os usos aprovados para o Drex, a moeda digital brasileira, detalhes inéditos sobre as propostas apresentadas por 16 consórcios começam a surgir. 

Casos de Uso da moeda digital brasileira 

A expectativa é que, inicialmente, as inovações promovidas pelo Drex permaneçam restritas às operações entre instituições financeiras, com o consumidor final sentindo os efeitos de forma indireta. 

A digitalização do mercado de capitais é o principal foco das instituições. Soluções como a tokenização de ativos, que transforma bens do mundo real em ativos digitais, e os pagamentos off-line, que permitem transações em locais com pouca conectividade, estão entre as propostas.  

“A tokenização das Cédulas de Produtor Rural vai facilitar a distribuição e o fracionamento desse ativo, além de permitir a programação dos pagamentos”, explica Rodrigo Mulinari, diretor de tecnologia do Banco do Brasil. 

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão investindo em soluções para pagamentos off-line. Mulinari anunciou um projeto em parceria com a empresa alemã G+D para criar sistemas que permitam micropagamentos em áreas com acesso limitado à internet. 

Drex e Pix 

Apesar das inovações, o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, continuará sendo uma das principais ferramenta para pequenas transações. “Muitas pessoas me perguntam se o Drex alcançará o mesmo sucesso do Pix. Eu acredito que nada terá o mesmo sucesso do Pix, porque ninguém previu que ele seria tão bem-sucedido”, afirmou o coordenador do projeto Drex no Banco Central do Brasil, Fabio Araújo.  

Para Renata Petrovic, chefe de inovação aberta do Bradesco, o Drex poderá ser usado em movimentações mais díficeis. “Uma compra na padaria poderá ser feita com o Pix; já uma transação mais complexa poderá usar o Drex”, afirma.  

Um dos principais desafios enfrentados pelo Drex é a escalabilidade. A tecnologia blockchain utilizada, baseada na plataforma Hyperledger Besu, apresenta limitações em comparação com o Pix, que processa até 6.000 transações por segundo.  

Em contraste, a rede Ethereum, com a qual o Drex se compatibiliza, atingiu um recorde de 246 transações por segundo, revelando limitações para o uso em larga escala. 

Desafio da privacidade do Drex 

A transparência da blockchain, que registra todas as transações de forma imutável, contradiz as leis de proteção de dados e o sigilo bancário. Para solucionar esse problema, diversas soluções estão sendo desenvolvidas, como a utilização de provas de conhecimento zero, que permitem ocultar informações sensíveis das transações.