Quedas históricas

Negociações de Bitcoin (BTC) batem recorde, mas pode enfrentar queda em setembro

Embora o volume de negociações de Bitcoin tenha atingido um recorde de US$ 2,874 trilhões, o histórico do mês sugere possíveis quedas para a criptomoeda

Negociações de Bitcoin (BTC) batem recorde, mas pode enfrentar queda em setembro

O mercado de Bitcoin (BTC) registrou uma atividade inédita nos primeiros oito meses de 2024, com o volume de negociações superando os recordes alcançados durante o mercado de alta de 2021.  

Dados da Kaiko mostram que o valor total em dólares das negociações de BTC em bolsas centralizadas atingiu US$ 2,874 trilhões nesse período. Isso revela um aumento de quase 20% em relação aos US$ 2,424 trilhões registrados nos primeiros oito meses de 2021. Esse é o maior volume de negociações desde 2012. 

Volatilidade impulsiona o mercado 

Conforme destacado pela Kaiko em seu relatório semanal, o aumento na volatilidade das criptomoedas foi acompanhado por um crescimento na participação de mercado, particularmente no mercado de Bitcoin.  

Em abril, a volatilidade histórica de 10 dias do Bitcoin subiu para 100% anualizada, impulsionada por entradas em ETFs listados nos EUA. Além disso, a volatilidade foi influenciada pela expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), levando o preço da criptomoeda a máximas históricas acima de US$ 70 mil. 

No início de agosto, a volatilidade voltou a aumentar com a descontinuação do carry trade do iene e preocupações sobre uma possível recessão nos EUA, segundo o CoinDesk. 

Projeções de alta para o Bitcoin  

Matt Hougan, diretor de investimentos da gestora de ativos Bitwise, prevê uma alta nas criptomoedas a partir de outubro, quando a atual incerteza macroeconômica começar a passar, afirmou o TheBlock. 

Hougan observou que setembro tende a ser um mês sazonalmente desafiador para os mercados financeiros, incluindo criptomoedas. Nesse ano, especificamente, o mercado ainda sofre por fatores como a eleição presidencial dos EUA e a política de taxas de juros do Fed. 

Eleições dos Estados Unidos e Bitcoin  

Segundo Hougan, a incerteza em torno da eleição presidencial dos EUA está impactando os mercados.  

A plataforma de previsões descentralizada Polymarket mostra Donald Trump à frente de Kamala Harris por 53% a 46%. Já uma pesquisa realizada pelo The New York Times e pela Siena College mostra que eles estão praticamente empatados antes do primeiro debate.  

“Suspeito que veremos o mercado lutar para se firmar até que tenhamos maior clareza sobre a liderança e as políticas futuras”, afirmou Hougan. 

Histórico de setembro negativo para Bitcoin  

Setembro tem sido historicamente o pior mês para o desempenho do preço do Bitcoin, com uma média de queda de 4,5% ao longo de sua história de negociação.  

De fato, o Bitcoin foi negociado em baixa em nove dos 13 setembros registrados, com setembro de 2011 sendo o pior, quando os preços caíram mais de 40%. Atualmente, a criptomoeda está em baixa em torno de 3% neste mês, conforme dados da Bitcoin Price Page do The Block. 

Teorias para o efeito setembro 

Hougan propôs três teorias principais para explicar o “efeito setembro”. 

Primeiramente, setembro tem sido historicamente um mês desfavorável para todos os ativos de risco. O fenômeno acontece principalmente para ações de tecnologia na Nasdaq, onde a volatilidade tende a aumentar após os meses mais lentos do verão 

Em segundo lugar, o ano fiscal da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) termina em setembro, o que frequentemente leva a um aumento nas ações regulatórias. Além disso, reflexividade também tem um papel importante; os investidores acreditam que setembro será um mês ruim, o que influencia seu comportamento e reforça essa tendência negativa.