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Destaques: combate à pandemia e bloqueio no Canal de Suez

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 25 de março

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Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – Mais de um ano após o início da pandemia e 300 mil óbitos depois, o governo brasileiro decidiu criar um comitê de emergência contra o coronavírus para centralizar as medidas de combate no Ministério da Saúde.

No exterior, todos os olhos sob o Canal de Suez, no Egito, que pode permanecer bloqueado até domingo. A União Europeia e o Reino Unido recuam na guerra de vacinas, antes de uma cúpula em que o presidente americano Joe Biden deve fazer um apelo para uma frente unida contra a China.

A AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34) revisa a avaliação da eficácia da vacina contra a Covid-19 – não muito, mas o suficiente para criar mais dúvidas. E os dados de pedidos de seguro-desemprego devem mostrar a tendência de queda no desemprego se reafirmando.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 25 de março.

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1. Combate à pandemia

Mais de um ano após a chegada do vírus em território nacional e com doze milhões de casos registrados, o governo federal anunciou a criação de um comitê de emergência para o combate à doença. Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o grupo deve lançar diretrizes que ficarão centralizadas pela pasta e que visam evitar o estabelecimento de lockdown.

Ele também afirmou ontem, em coletiva, que o país pode passar “no curto prazo” de 300 mil pessoas vacinadas por dias para 1 milhão.

Em outro front, ao menos 9 estados, além do Distrito Federal e algumas capitais, já anunciaram programas de distribuição de renda independentes ao governo federal, aponta levantamento do Valor Econômico. Os mercados brasileiros sentiram a carta assinada por alguns governadores e endereçada aos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), exigindo o aumento do benefício nacional de R$ 250, que começa em abril, para R$ 600.

Perto das 8h53, o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no exterior, subia 0,19%.

2. Canal de Suez ainda bloqueado

O Canal de Suez, uma das artérias mais importantes para o comércio global, permaneceu fechado pelo terceiro dia depois que um enorme navio de contêineres foi atingido por fortes ventos e encalhou na terça-feira.

A Bloomberg informou que um esquadrão de salvamento de elite deve chegar ao local na quinta para somar esforços aos de rebocadores e escavadores que até agora não conseguiram rebocar o navio, que é mais longo do que a altura da Torre Eiffel de Paris. A TV estatal holandesa citou o chefe da empresa de salvamento dizendo que pode "levar semanas" para desbloquear o canal.

O bloqueio deixou mais de 100 navios parados aguardando a entrada no Canal, uma perturbação que promete se refletir nos preços das commodities e no fluxo comercial por pelo menos um mês. O Canal atua não apenas como a principal rota de petróleo bruto do Golfo Pérsico para a Europa e a costa leste dos EUA, mas também para o petróleo russo que está sendo enviado para a Ásia.

Os futuros do WTI caíam 3,19% a US$ 59,34 o barril, enquanto os do Brent recuavam 2,76%, a US$ 62,63.

3. Europa e Reino Unido recuam na guerra das vacinas; AstraZeneca revisa dados de medicamentos

O Reino Unido e a UE sinalizaram uma trégua na luta por vacinas, prometendo trabalhar juntos em uma declaração conjunta divulgada antes de uma cúpula da UE no final do dia. A cúpula também contará com a presença, remotamente, do presidente dos EUA, Joe Biden.

Durante a noite, a AstraZeneca atualizou os resultados de ensaio nos EUA para mostrar uma taxa de eficácia ligeiramente inferior para a vacina da Covid-19. A empresa diz agora que a droga é 76% eficaz em deter o vírus e repete que é 100% eficaz na prevenção de morte e hospitalização.

A discrepância com os resultados iniciais, no entanto, lança uma luz indesejável sobre os processos internos da AZ, aumentando a confusão anterior sobre os resultados dos testes iniciais na Europa. A vacaina da companhia é uma parte vital da campanha global de vacinação, sendo substancialmente mais barata do que as oferecidas pela Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) e Moderna (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34). Isso é importante porque os dois piores surtos no mundo atualmente estão ocorrendo na Índia e no Brasil.

4. Ações devem abrir em baixa

As ações dos EUA devem abrir em alta modesta após as quedas da quarta-feira, com a atenção provavelmente voltada para os dados semanais de seguro-desemprego às 9h30, horário de Brasília.

Às 9h10, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 caíam 0,33%, 0,31% e 0,41%, revertendo a alta registrada no início da manhã de hoje.

Espera-se que os pedidos iniciais tenham caído para 730.000 de 770.000 na semana anterior. A leitura final do quarto trimestre PIB também será divulgada.

Haverá discursos de membros do Federal Reserve, John Williams, Richard Clarida, Charles Evans, Mary Daly e Raphael Bostic no decorrer do dia.

5. Bancos centrais emergentes ponderam sobre aumento da inflação

É outro grande dia para os bancos centrais de mercados emergentes, com África do Sul e México anunciando as respectivas decisões de política monetária. As pressões inflacionárias forçaram a Turquia, a Rússia e o Brasil a elevar as taxas de juros na semana passada e, embora os analistas não esperem um aumento em nenhuma das reuniões de hoje, o banco central mexicano em particular deve adotar uma orientação mais hawkish.

Durante a noite, a Suíça deixou a política monetária inalterada, mas suavizou o discurso sobre a possibilidade de intervir para limitar a alta do franco.

Entre as moedas digitais, o Bitcoin continuou a cair por conta de uma séria de comentários negativos sobre a adoção da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34). Os analistas do Bank of America emitiram uma nota destacando a pegada de carbono da moeda, que está em desacordo com a meta declarada da companhia de reduzir as emissões.