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Destaques: nova ameaça de interferência na Petrobras e plano tributário de Biden

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 8 de abril

- Arquivo/Agência Brasil
- Arquivo/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – O mercado brasileiro reage aos comentários do presidente Jair Bolsonaro de que a política de preços da Petrobras (SA:PETR4) poderia mudar. Os planos fiscais do presidente dos EUA, Joe Biden, podem atingir menos empresas do que suas promessas de campanha sugeriam. Detalhes do Tesouro americano apoiam as ações de tecnologia enquanto Wall Street se prepara para abrir.

Espera-se que os pedidos de seguro-desemprego nos EUA tenham retomado a tendência de queda na semana passada, antes do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, falar mais tarde. As ações da AstraZeneca sobem apesar das preocupações sobre a segurança da vacina contra Covid-19 se recusarem a desaparecer.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 8 de abril.

1. Ameaça de interferência na Petrobras – de novo

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira (7) maior previsibilidade na política de preços da Petrobras, além de transparência. O chefe do Executivo também pediu a participação do parlamento para aprovação do projeto do governo sobre a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis. Ele indicou que a política de preços da estatal poderia ser modificada com a aprovação do texto.

Bolsonaro participou em Foz do Iguaçu (PR) da cerimônia de posse do general João Francisco Ferreira como novo diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional. Ferreira substituirá Joaquim Silva e Luna, que deve assumir a presidência da Petrobras assim que receber o aval do Conselho Administrativo da estatal – indicação feita pelo governo federal em crítica ao ex-presidente, Roberto Castello Branco, pelos reajustes dos combustíveis de acordo com a paridade internacional.

Na noite de quarta-feira, a Petrobras informou em comunicado que "indagou o seu acionista controlador, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), sobre a existência de informações relevantes que deveriam ser divulgadas ao mercado, e até o momento, não recebeu resposta".

Perto das 8h30, o EWZ, ETF brasileiro negociado em Nova York, subia 0,64%.

2. Biden suaviza plano tributário

Os planos do presidente americano Joe Biden de tributar mais as empresas estão se tornando menos ambiciosos do que sugeriam suas promessas de campanha eleitoral.

O Tesouro dos EUA divulgou detalhes dos planos na quarta-feira. O imposto mínimo de 15% proposto na semana passada pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, se aplicaria apenas a empresas com mais de US$ 2 bilhões em receita anual, em vez dos US$ 100 milhões sugeriados no ano passado.

As propostas deram vida a um esforço multilateral para chegar a um acordo sobre uma estrutura comum para a tributação das empresas. Os ministros das finanças do G20 discutiram o assunto na quarta-feira e agora buscam novamente um acordo até julho. A iniciativa, que já tem quase uma década, perdeu muitos desses prazos, mas, se se concretizar, poderá evitar a criação de impostos nacionais sobre empresas de serviços digitais, removendo um grande pomo de discórdia entre os EUA e a Europa.

A proposta tributária mais leve de Biden chegou a fazer efeito nos primeiros negócios do dia na pré-abertura em Wall Street, com os três principais índices de futuros abrindo em alta. Porém, a alta foi revertida para pequena baixa.

Às 08h58, Dow Jones Futuros e S&P 500 Futuros operavam estáveis com leve baixa de 0,02%, enquanto o Nasdaq 100 Futuros caía 0,16%.

3. Pedidos de desemprego no radar, antes do discurso de Powell

Os dados de pedidos de seguro-desemprego da semana passada serão publicados às 9h30, horário de Brasília, e devem retomar a tendência de queda após um salto inesperado para 719.000 na outra semana. Os analistas esperam 680.000 pedidos iniciais de seguro-desemprego, o que seria o segundo menor número desde o início da pandemia.

Os dados de reivindicações iniciais sugeriram que a pandemia não está de forma alguma eliminando empregos em todo o país, mas declínios constantes em medidas mais amplas de reivindicações contínuas e um aumento acentuado nas contratações e vagas indicaram que o mercado de trabalho está agora claramente ganhando impulso.

O presidente do Federal Reserve Jerome Powell deve falar às 13h na reunião virtual de primavera do Fundo Monetário Internacional, mas é improvável que acrescente muito à ata da última reunião de política do Fed publicada nesta quarta-feira.

4. Ações da AstraZeneca sobem mesmo quando os temores da vacina se recusam a ir embora

As ações da AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (NASDAQ:AZN) subiam 2,13% nas negociações de Londres após uma declaração atualizada dos reguladores médicos europeus ter resultado menos negativo do que alguns temiam.

A União Europeia e o Reino Unido agora reconhecem uma possível ligação entre a vacina e distúrbios de coagulação potencialmente perigosos, mas ambos ainda argumentam que os riscos de tomá-la são superados por seus benefícios. A Agência Reguladora de Medicamentos e Saúde do Reino Unido identificou 19 mortes causadas por tais coágulos sanguíneos, depois de ter dispensado 20 milhões de injeções da vacina AstraZeneca.

A vacina tem o maior número de pedidos antecipados em todo o mundo de qualquer medicamento Covid-19 devido à política da AZ de vendê-la a preço de custo enquanto durar a pandemia. Dessa forma, qualquer evidência de que é fundamentalmente inseguro seria uma ameaça às campanhas de vacinação nos países mais pobres. Isso é ainda mais importante porque países como a Índia e o Brasil estão enfrentando atualmente a pior onda de casos de Covid-19.

5. Petróleo cai apesar dos relatórios de estoque

Os preços do petróleo bruto continuam abaixo de US$ 60 o barril, em meio a temores de que as ondas da Covid-19 na Índia e na América do Sul retardem a recuperação da demanda global.

Manchetes otimistas sobre os estoques americanos, que caíram mais do que o esperado na semana passada, também foram prejudicados por desenvolvimentos menos encorajadores nas tendências da gasolina, levantando questões sobre a força da demanda final.

Às 8h56, os futuros do petróleo dos EUA caíam 0,4%, a US$ 59,55 o barril, enquanto os futuros do Brent recuavam 0,08%, para US$ 63,11 o barril.