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Ibovespa bate novo recorde intradiário a 125,4 mil pontos, puxado por Petrobras

As ações da Petrobras foram impulsionadas pela recomendação de "overweight" dos analistas do JPMorgan

- Jcomp/Freepik
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Por Leandro Manzoni, da Investing.com – O Ibovespa atingiu novo recorde intradiário nesta sexta-feira (28) na B3 (SA:B3SA3). O principal índice brasileiro operava em alta de 0,89% a 125.477 pontos às 14h44, acima do recorde anterior de 8 de janeiro desse ano, quando atingiu 125.323 pontos. O volume financeiro girava em R$ 14,21 bilhões até o momento.

O forte desempenho do Ibovespa é puxado pelas ações da Petrobras, impulsionadas pela recomendação de "overweight" pelos analistas do JPMorgan, com novo preço-alvo em R$ 35,50 para o final de 2021. As ações preferenciais (SA:PETR4) da estatal avançavam 4,01% a R$ 26,95, enquanto as ordinárias (SA:PETR3) saltavam 5,74% a R$ 26,70, liderando os ganhos da sessão.

O JPMorgan destacaram a performance operacional robusta e seus efeitos nos yields de fluxo de caixa, além do valution barato, com os ADRs da petrolífera negociando com múltiplo o valor da firma (EV) sobre lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) de 3,2 vezes, segundo informa a Reuters. Também citam potencial pagamento de dividendos conforme a dívida da petrolífera caía para o limite de US$ 60 bilhões, além de uma menor percepção de risco com a manutenção da direção estratégica da empresa sob a administração do general Joaquim Silva e Luna, iniciada em março.

O bom humor internacional também contribui para a performance do principal índice brasileiro. Em Nova York, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançavam 0,36%, 0,29% e 0,36%, respectivamente.

O apetite ao risco também se verificava na cotação do dólar em reais. A moeda americana caía 0,40% a R$ 5,2175, com a perspectiva de alta da taxa Selic pelo Banco Central do Brasil e manutenção da taxa de juros nos EUA pelo Fed, com a divulgação dos dados de inflação passar a percepção de que a autoridade monetária americana não deve alterar sua política monetária, o que aumenta o diferencial de juros entre as economias brasileira e americana.

Risco hidrológico

Nem tudo são flores! Notícias negativas sobre a situação hídrica também ocupavam as atenções, com algumas reportagens citando a possibilidade de o governo criar um comitê para lidar com risco de falta de energia elétrica ou água para consumidores.

Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, contudo, a bolsa paulista deve ter uma sessão alta, ajudado por fatores externos e outros fatores domésticos, "com a preocupação com a situação hídrica devendo ser deixada de lado no momento".

As ações da Sabesp (SA:SBSP3), estatal paulista de abastecimento de água e saneamento básico, lideravam as perdas, com baixa de 4,43% a R$ 40,10, mas sem vinculação com risco hidrológico. A baixa está relacionada com o anúncio do governo do estado de São Paulo de não privatizar nem capitalizar a Sabesp até 2022, focando seus recursos para "universalização" e "melhora da produtividade"

*Com Reuters