Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – Os papéis do Magazine Luiza (SA:MGLU3) subiam 2,34% após a varejista apresentar lucro líquido de R$ 219,5 milhões no quarto trimestre, alta de 30,6% na base anual, com análises mistas por parte dos analistas.
Perto das 13h33, os papéis eram negociados a R$ 23,64, com volume de R$ 515,3 milhões. A ação acumula queda de 9,4% nos últimos trinta dias e de 102% nas últimas 52 semanas.
Para os analistas da XP Investimentos, o Magazine Luiza reportou resultados sólidos, levemente acima das expectativas, explicados tanto por um crescimento de vendas online acima dos seus pares, como também por uma performance de varejo físico “bastante resiliente”.
Eles destacaram ainda a prévia de crescimento para o primeiro trimestre divulgada pela companhia, com o e-commerce crescendo nos dois primeiros meses de 2021, mas com uma sinalização mais cautelosa para o varejo físico devido ao aumento de restrições.
Os analistas mantiveram a recomendação Neutra, com preço-alvo de R$ 27 para o papel, apontando também a forte pressão de margem bruta acima dos pares, devido à maior participação do online, e a queda de receitas de intermediação financeira por conta do menor uso e crescimento do Cartão Luiza devido à pandemia.
Do lado positivo, eles sinalizam que houve aperfeiçoamento nas provisões de devedores duvidosos devido à melhor qualidade do crédito.
Para os analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11), os resultados mostraram novamente “o poder do ecossistema omnichannel da empresa”, com um amplo portfólio de produtos, principalmente por meio do marketplace e na oferta de mais serviços.
Eles apontam que, apesar de uma potencial desaceleração no e-commerce no Brasil em 2021, da pressão de curto prazo na operação varejo físico por conta dos lockdowns nas maiores cidades do Brasil e dos múltiplos caros, a empresa deve continuar superando o mercado tanto online quanto offline, o que reitera a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 23.
A Safra Corretora, por sua vez, aponta que apesar de abaixo das estimativas, com a margem bruta mais baixa, os resultados do Magalu ficaram em linha com as expectativas do mercado.
Eles destacam o recente aumento nas infecções por Covid-19, a situação política fluida e os crescentes riscos macro como fatores para continuar a trazer volatilidade ao mercado de ações, impactando os papéis da varejista.
Para eles, a empresa teve uma geração de fluxo de caixa livre saudável no quarto trimestre de 2020, ao mesmo tempo em que liderou o crescimento do comércio eletrônico e manteve os investimentos para suportar o crescimento e a qualidade dos serviços.
Por outro lado, apesar dos avanços no ecossistema digital, a corretora apontou para a forte deterioração na margem bruta, que somada aos investimentos em curso no nível de serviço, ofuscaram os ganhos de alavancagem operacional.
Por ora, escrevem, reiteram o rating de Compra para o papel, com preço-alvo de R$ 32, com visão positiva de médio a longo prazo.
Já os analistas da Mirae apontam que o resultado da empresa “só não foi maior” devido às despesas com investimentos acima do esperado.
Eles destacaram ainda que a empresa vem fazendo diversas aquisições, com o intuito de maximizar as margens e serviços, que devem beneficiar os resultados ao longo dos próximos anos.
Menos otimistas
Enquanto isso, os analistas do Credit Suisse (SIX:CSGN) mantiveram a recomendação Neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 24,97, destacando os resultados sólidos do quarto trimestre, com forte crescimento e geração de caixa.
Já para os analistas da Ativa Investimentos, apesar de ter reportado uma receita líquida em linha com o esperado, de R$ 10,06 bilhões, o Magazine Luiza apresentou altos e baixos no balanço do período.
Um dos destaques foi o maior número de abertura de lojas físicas no país, com aumento de 15% da receita do segmento. Entretanto, escrevem, a empresa apresentou um desempenho pior que o esperado para as vendas online de estoque próprio, 2,5% abaixo das estimativas, o que teria prejudicou o desempenho operacional da empresa.
Os analistas também apontaram que os investimentos em nível de serviço e uma maior participação do segmento 1P nas vendas pressionaram, respectivamente, as margens brutas e o EBITDA. A Ativa manteve a recomendação Neutra para a ação.