As ações do McDonald’s (MCDC34) sofreram uma queda de aproximadamente 5% no início da tarde desta quarta-feira (23) em razão de um surto de E. coli nos Estados Unidos.
O surto, que deixou uma pessoa morta e 49 doentes, está ligado ao famoso sanduíche “Quarteirão”.
De acordo com o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC), as infecções foram identificadas em pelo menos 10 estados. O surto resultado na hospitalização de pelo menos 10 pessoas, com os primeiros casos aparecendo no final de setembro.
Bactéria no “Quarteirão” do McDonald’s
O CDC revelou que a cepa específica da bactéria E. coli O157 envolvida no surto pode provocar doenças graves.
As primeiras investigações sugerem que as cebolas cortadas usadas no “Quarteirão”, provenientes de um único fornecedor, podem ser a causa da contaminação.
Segundo Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown, “esse susto com a saúde pública é a última coisa de que o McDonald’s precisa, uma vez que já está enfrentando dificuldades para impulsionar crescimento.”
Um incidente parecido aconteceu em 1993. A rede de fast-food Jack in the Box foi responsável pela morte de quatro crianças devido a um surto semelhante.
Impactos econômicos e de imagem
Em 2015, a Chipotle Mexican Grill enfrentou um impacto nas vendas após um surto da bactéria E. coli O157. A empresa levou mais de um ano para se recuperar.
A Jack in the Box também viu suas vendas caírem por quatro trimestres consecutivos após a crise nos anos 90.
Para o McDonald’s, a situação atual pode não se mostrar tão grave se o problema realmente estiver restrito a um único fornecedor.
O Morgan Stanley, diz que “problemas de segurança alimentar são lamentáveis neste setor, e nossos pensamentos estão com os afetados. O McDonald’s tem um bom histórico em segurança alimentar globalmente.”
As ações da empresa para identificar rapidamente a origem da contaminação e reabastecer os suprimentos podem diminuir os danos à sua imagem, de acordo com o analista do JPMorgan.
Medidas tomadas pelo McDonald’s
Em resposta à crise, o McDonald’s decidiu interromper temporariamente a venda dos produtos afetados, retirando as cebolas cortadas e os hambúrgueres do “Quarteirão” de circulação nas áreas impactadas.
O Goldman Sachs destacou que, como a questão está relacionada a cebolas de um único fornecedor e não à carne, outras empresas de proteínas não devem ser diretamente afetadas.
Como a bactéria E. coli atua no corpo?
A bactéria Escherichia coli (E. coli) vive naturalmente no intestino de humanos e animais, e a maioria de suas cepas é inofensiva.
No entanto, algumas linhagens podem causar graves doenças e geralmente transmitem-se pelo consumo de água ou alimentos contaminados.
Segundo a Mayo Clinic, “ao contrário de muitas outras bactérias causadoras de doenças, a E. coli pode causar uma infecção mesmo se você ingerir apenas pequenas quantidades.”
A E. coli enterohemorrágica (EHEC) é uma das cepas que resultam em casos graves. Ela produz toxinas que causam cólicas abdominais severas e forte diarreia. Nesses casos, vômitos e febre também podem ocorrer.
O período entre a transmissão do microrganismo e o início dos sintomas pode variar de três a oito dias.
Expectativas de vendas futuras
Os especialistas preveem que a contaminação possa impactar as vendas do McDonald’s no quarto trimestre, embora ainda seja cedo para determinar se o impacto será semelhante ou mais severo que em surtos anteriores.
“Embora seja cedo, o precedente histórico sugere que as pressões das vendas comparáveis podem diminuir rapidamente”, afirma Andrew Strelzik, analista da BMO Capital Markets.