Lidera quedas do Ibovespa

Mercado reage à ausência de comunicação da Petrobras sobre política de preços

- Divulgação/Petrobras
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Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – As ações da Petrobras lideravam as quedas do Ibovespa desta segunda-feira (8) após a companhia ser rebaixada de compra para neutra pela XP Investimentos e pelo Bradesco BBI por receios sobre a mudança na periodicidade da política de preços não comunicada imediatamente ao mercado.

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Perto das 11h15, os papéis preferenciais da empresa caíam 1,41%, a R$ 28,61, enquanto os ordinários recuavam 1,62%, a R$ 29,20. O ADR negociado em Nova York caía 2,44%, a US$ 10,80.

Os analistas do Bradesco BBI cortaram a recomendação das ações da petroleira, bem como o preço-alvo para R$ 34 por papel, citando também riscos relacionados à situação dos caminhoneiros no Brasil. No caso dos ADRs, o preço-alvo passou para US$ 13.

Eles temem, segundo relatório publicado nesta segunda-feira, que a “situação desconfortável” com a política de preços possa atrasar o processo de venda das refinarias e, portanto, dividendos futuros que são fundamentais para os investidores.

Eles estimam que os preços do diesel vendido pela Petrobras devem ficar na faixa de R$ 2,12 a R$ 2,30 por litro nos próximos meses, muito perto dos níveis anteriores à greve dos caminhoneiros em 2018. Na última semana de janeiro, a companhia elevou o preço a R$ 2,12 por litro.

Já a XP Investimentos cortou os preços-alvos das ações de R$ 35 para R$ 32 e do ADR de US$ 13 para US$ 12, apontando riscos “cada vez mais elevados” de que a política de preços de combustíveis da estatal não obedeça a referências internacionais, além de uma margem adicional para custos de importação.

Os analistas esperam margens de refino menores no futuro, não apenas devido às menores margens sobre os combustíveis produzidos nas refinarias, mas também devido às importações de derivados com prejuízo para cobrir a demanda interna, especialmente no caso do diesel.

Assim, esperam por resultados mais baixos e menor geração de caixa no futuro, o que implica em uma menor visão de valor das ações.

A corretora escreve que ter considerado positivas as mensagens da coletiva de imprensa da última sexta-feira (5), com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, com defesa da independência da Petrobras.

No entanto, apontam que as discussões tributárias tanto na esfera federal (PIS / COFINS) quanto na estadual (ICMS) não devem render frutos de curto prazo, “especialmente tendo em vista o complexo cenário fiscal”.

Entenda o caso

A política comercial da Petrobras (SA:PETR4) não foi alterada e a companhia segue a precificação de combustíveis alinhada aos preços internacionais convertidos para reais pela taxa de câmbio real/dólar norte-americano, afirmou a petroleira estatal em comunicado na noite de domingo.

A afirmação vem após a companhia ter confirmado na sexta-feira que ampliou de três meses para um ano o prazo em que calcula a paridade internacional de preços dos combustíveis, conforme informação antecipada pela Reuters.

"Como prática adotada anteriormente e mantida desde 2019, a Petrobras segue a precificação de combustíveis alinhada aos preços internacionais convertidos para reais pela taxa de câmbio real/dólar norte-americano. Tal sistemática tem sido ampla e repetidamente divulgada ao mercado ao longo do tempo."

Reajustes e refinaria

Em linha com a alta do preço do petróleo no mercado internacional, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira mais um aumento para seus produtos, que vigoram a partir da terça-feira (9) nas refinarias da empresa. O diesel vai subir R$ 0,13 por litro, para R$ 2,24 por litro; a gasolina passará a custar R$ 2,25 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,17 por litro, e o gás de cozinha terá aumento de médio de R$ 0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).

Já na sexta, a estatal afirmou ter concluído as negociações com a Mubadala Capital para vender sua refinaria baiana Landulpho Alves. A empresa dos Emirados Árabes Unidos, que atua no Brasil desde 2011, ofereceu US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 8,9 bilhões) pelo parque de refino e seus ativos logísticos. A assinatura do contrato, no entanto, está sujeita à aprovação pelos órgãos fiscalizadores.

Com informações da Reuters e Agência Brasil

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