Por Peter Nurse, do Investing.com – Os preços do petróleo estão em alta nesta quinta-feira, chegando a máximas de duas semanas em meio a sinais de recuperação da economia norte americana e queda dos estoques do país, que é o maior consumidor do mundo.
Por volta das 12h55 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados com alta de 1,3%, a US$ 73,30 o barril, enquanto o Brent subia 1,3%, a US$ 74,56.
Os futuros da gasolina dos EUA subiam 1,2%, para US$ 2,3106 o galão.
Dados econômicos divulgados durante o dia mostraram que o produto interno bruto dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 6,5% no último trimestre, com o avanço da vacinação possibilitando gastos adicionais no setor do turismo. Embora a taxa tenha sido inferior aos esperados 8,5%, ela ainda representa um aumento em relação à taxa revisada de 6,3% do primeiro trimestre.
Na terça-feira o FMI aumentou a previsão de crescimento dos Estados Unidos para 7,0% em 2021, ante os 6,4% previstos em abril, números que representam o melhor desempenho desde 1984.
O relatório da U.S. Energy Information Administration de quarta também foi construtivo, com os estoques de petróleo caindo mais de 4 milhões de barris na semana passada, nível mais baixo desde janeiro de 2020, retomando a tendência de queda depois de inusitado aumento.
Além disso, a Royal Dutch Shell (NYSE:RDSa) (SA:RDSA34), a maior produtora de petróleo e gás da Europa, e a TotalEnergies (NYSE:TTE) anunciaram planos de devolução de lucros significativos aos seus acionistas, indicando confiança na manutenção dos substanciais lucros atuais e ao mesmo tempo sugerindo pouca necessidade de aumento de produção para os próximos meses.
Finalmente, o Wall Street Journal informou que os Estados Unidos estão planejando uma campanha de sanções contra o que eles veem como o aprimoramento da capacidade do Irã para ataques de precisão usando drones e mísseis teleguiados.
Isso sugere que será difícil conseguir ter o Irã de volta ao acordo nuclear e, conseguintemente, a supressão das sanções contra exportações de petróleo do país do Golfo Pérsico, o que significa que tal fonte de abastecimento dificilmente retornará ao mercado mundial tão cedo como havia sido previsto um mês atrás.
“A incógnita é se o novo presidente vai adotar as mesmas abordagens na tentativa de chegar a um acordo com os EUA ou se ele vai assumir uma postura mais dura”, afirmam em nota analistas do ING.
"O certo é que está demorando mais do que o esperado para fecharem um acordo e, por isso, o aumento esperado no fornecimento de petróleo iraniano ao longo do segundo semestre de 2021 provavelmente será adiado."