A volatilidade do dólar levanta dúvidas entre os investidores sobre os efeitos nos investimentos em renda fixa. Embora a relação não seja direta, o impacto da moeda americana no cenário econômico pode influenciar significativamente a rentabilidade desses ativos no Brasil.
Para entender como, confira as linhas a seguir:
Impacto do dólar nos ativos de renda fixa
Investimentos em renda fixa como Tesouro Selic, CDBs e LCI/LCA não são diretamente afetados pela alta do dólar, já que seus rendimentos estão atrelados a taxas de juros e indicadores econômicos nacionais.
No entanto, uma valorização significativa da moeda americana pode trazer consequências indiretas.
A alta do dólar geralmente encarece os produtos importados, o que pressiona a inflação no mercado interno.
Para conter essa alta nos preços, o Banco Central (BC) pode optar por elevar a taxa Selic, afetando diretamente os rendimentos dos títulos pós-fixados, que acompanham a taxa básica de juros.
Já os títulos pré-fixados ou atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) podem se beneficiar em cenários de alta inflacionária. Porém, se o aumento do dólar for acompanhado de instabilidade econômica, isso pode elevar os prêmios de risco, ao pressionar os preços desses papéis no mercado secundário.
Poder de compra e rendimento real
Um outro efeito da alta do dólar é a redução do poder de compra do investidor. Com o encarecimento de produtos e serviços importados, o rendimento real dos investimentos – ou seja, o ganho descontado da inflação – pode diminuir.
Isso é especialmente preocupante para quem aplica em produtos de renda fixa que não possuem proteção contra a inflação.
O que fazer nesse caso?
Para mitigar esses impactos, uma estratégia sugerida por especialistas é a diversificação de investimentos.
Títulos de renda fixa emitidos no exterior, especialmente nos Estados Unidos, podem oferecer proteção cambial e aproveitar as taxas de juros praticadas lá.
Essa abordagem é especialmente interessante em momentos de valorização do dólar.
Contudo, é importante que se avalie os custos envolvidos, como taxas de corretagem e impostos, além de considerar o perfil de risco do investidor.