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Senado dos EUA planeja votar aumento do teto da dívida, mas republicanos dizem que vão se opor

Embora controlem as duas casas do Congresso, os democratas precisam de pelo menos dez votos dos opositores para superar um obstáculo processual

Reuters. O Capitólio ao pôr do sol em Washington, EUA, 30 de setembro de 2021. REUTERS/Elizabeth Frantz - REUTERS/Elizabeth Frantz
Reuters. O Capitólio ao pôr do sol em Washington, EUA, 30 de setembro de 2021. REUTERS/Elizabeth Frantz - REUTERS/Elizabeth Frantz

Por David Morgan e Susan Cornwell, da Reuters – Integrantes do Partido Democrata, do presidente norte-americano Joe Biden, planejavam uma votação na quarta-feira (6) no Senado para suspender o teto da dívida dos EUA, num confronto com os republicanos em meio ao risco de um calote da dívida federal que teria sérias consequências econômicas.

O esforço parecia fadado ao fracasso, já que o principal republicano da Câmara, Mitch McConnell, disse na terça-feira (5) que membros de seu partido bloqueariam a votação, como já fizeram duas vezes.

McConnell pediu aos democratas que aumentem o teto da dívida por conta própria, com uma abordagem mais complicada que seus rivais consideram impraticável. "Eles têm tempo para fazer isso. E quanto mais rápido começarem, melhor", disse, em coletiva de imprensa.

Na ausência de uma solução clara, o Congresso provavelmente empurrará o governo dos EUA para mais perto de uma inadimplência sem precedentes e desnecessária, a qual, segundo analistas, perturbaria o sistema financeiro global, aumentaria os custos de empréstimos e eliminaria milhões de empregos.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que o governo esgotará sua capacidade de endividamento por volta de 18 de outubro se o Congresso não aumentar a permissão para endividamento, atualmente em 28,4 trilhões de dólares.

Os democratas controlam estreitamente as duas Casas do Congresso, e a Câmara dos Deputados votou na semana passada pela suspensão do teto da dívida até o fim de 2022.

Mas os democratas precisam de pelo menos dez votos republicanos para superar um obstáculo processual no Senado, que está dividido igualmente entre os dois partidos. Os republicanos bloquearam dois outros esforços para aumentar o teto da dívida na semana passada.

"Se os republicanos quiserem votar 'não' amanhã, se realmente quiserem ser o partido do calote, essa é a escolha deles", disse Schumer no plenário do Senado. "Eles têm uma chance de mostrar que ainda são responsáveis. Não é tarde demais. Mas está ficando perigosamente perto."

Os republicanos disseram que a tarefa desagradável deve ser responsabilidade do partido no comando. Se conseguirem forçar os democratas a aumentar o limite da dívida por conta própria, a questão provavelmente servirá de base para anúncios de ataque contra os candidatos democratas nas eleições legislativas de 2022.