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Varejo se recupera com fim de bloqueios; Goldman Sachs revisa preços-alvo

Revisão acontece considerando os números do primeiro trimestre e novas premissas macroeconômicas

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com – Ao passo em que as restrições à mobilidade implementadas para combater a disseminação do coronavírus são levantadas e a vacinação acelera, varejistas devem ver crescimento de vendas físicas, segundo o Goldman Sachs. Considerando os números do primeiro trimestre e novas premissas macroeconômicas, o banco alterou seu preço-alvo para diversas ações do setor.

Entre as que recebem recomendação de Compra, as alterações foram em: Lojas Renner (SA:LREN3), de R$ 49 para R$ 50; Raia Drogasil (SA:RADL3), de R$ 29 para R$ 30; Mobly (SA:MBLY3), de R$ 28 para R$ 26; e Espaçolaser (SA:ESPA3), de R$ 22 para R$ 20.

Para Lojas Renner, a mudança ocorre pela incorporação do follow-on de cerca de R$ 4 bilhões concluído em abril, enquanto a mudança de Raia Drogasil segue novas estimativas de lucro líquido. O preço-alvo da Mobly, por sua vez, foi alterado levando em conta os múltiplos dos concorrentes. Por fim, Espaçolaser recebeu alteração devido ao aumento das estimativas de custo de capital, taxa de risco livre e custo da dívida.

Para os papéis com recomendação Neutra, por sua vez, as mudanças ocorreram em: Arezzo (SA:ARZZ3), de R$ 72 para R$ 81; Grupo SBF (SA:SBFG3), de R$ 29 para R$ 30; e Pão de Açúcar (SA:PCAR3), de R$ 29 para R$ 30.

Entre estes, a mudança no preço-alvo da Arezzo considera a média histórica de um ano da companhia; para o Grupo SBF foi considerada a redução da dívida líquida e o aumento do Ebitda; enquanto o preço-alvo da ação do Pão de Açúcar passou a considerar o valor estimado da participação na Cnova (PA:CNV).

Cenário

O fim dos bloqueios, no entanto, não significa uma reversão da tendência de migração para o online, ressalta o banco, mesmo que uma desaceleração gradual no crescimento possa ser observada. De fato, em uma base de dois anos, o crescimento das vendas online desacelerou para 134% em abril, contra 146% em março, mas permaneceu acima da média do trimestre.

O crescimento mais forte foi registrado pelo setor de supermercados, enquanto o setor de vestuário registrou o crescimento mais baixo.

O download de aplicativos, por sua vez, se manteve forte, no geral. O crescimento de downloads dos principais apps, como Americanas (SA:LAME4), Casas Bahia (SA:VVAR3) e Magazine Luiza (SA:MGLU3), foi afetado por fortes bases de comparação e está perto de mínimas recordes desde 2020. Em outros setores, os downloads de aplicativos de beleza permanecem negativos, os de vestuário desaceleraram e os de supermercados e deliveries permanecem voláteis.

O Goldman ressalta ainda que, mesmo com a recuperação recente, as vendas no varejo de abril permaneceram notavelmente abaixo dos níveis de 2019.

No entanto, os últimos números apresentados por companhias abertas apontam para a recuperação de um dos setores que mais sofreu com as restrições, o de vestuário. Em sua teleconferência de resultados do primeiro trimestre, a Lojas Renner afirmou que suas operações foram normalizadas e que, desde que as lojas reabriram na segunda metade de abril, tem visto recuperação nas vendas.

Na mesma linha, a C&A (SA:CEAB3) apontou forte recuperação no mês de abril, chegando a níveis superiores aos de 2019. A Marisa (SA:AMAR3), por sua vez, registrou crescimento de dois dígitos em vendas nas mesmas lojas para a maioria de suas unidades desde 20 de abril, e mencionou que o crescimento durante o dia das mães foi o melhor em cinco anos.