O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, dirigiu críticas contundentes ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e acusou-o de se intrometer nos assuntos internos do país vizinho e de atuar como um “porta-voz” da “esquerda capturada pela CIA”, em referência à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos.
Procurador-geral acusa Lula de interferência e critica suposto alinhamento com os EUA
Em uma entrevista divulgada no domingo, 13 de outubro, pela rede de televisão Globovisión, próxima ao governo venezuelano, Saab não poupou palavras ao comentar sobre Lula.
Segundo ele, o presidente do Chile, Gabriel Boric, também seria um porta-voz dessa “esquerda” alinhada aos interesses da inteligência norte-americana na América Latina.
“Essa esquerda capturada pela CIA e pelos Estados Unidos na América Latina tem dois porta-vozes: o Lula, nã o mesmo que sai da prisão, por tudo o que ele foi acusado; não é o mesmo de jeito algum, nem fisicamente, nem no jeito que se expressa”, declarou Saab.
Saab diz que prisão mudou Lula
Saab ainda se referiu ao período em que Lula foi preso e afirmou que “ele não o mesmo que foi o fundador do PT, quem fundou e promoveu os movimentos trabalhadores do Brasil”.
A crítica se intensificou quando o procurador perguntou: “O que te interessa? […] para se intrometer nos assuntos internos da Venezuela?”
Brasil tentou negociar uma saída para a crise política instaurada por Maduro
O presidente brasileiro, juntamente com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, tem buscado atuar como mediador em negociações com o governo venezuelano, e visa encontrar uma solução para a crise política que o país enfrenta.
Os líderes têm solicitado as atas eleitorais referentes às eleições presidenciais realizadas em 28 de julho.
Lula não se posiciona claramente sobre a Venezuela
Em diversas ocasiões, Lula reconheceu que o governo de Nicolás Maduro apresenta inclinações autoritárias, mas se absteve de rotulá-lo como uma ditadura.
Essa abordagem busca um equilíbrio entre a crítica às práticas do governo venezuelano e a manutenção de um canal de diálogo.