Diplomacia aos frangalhos?

Maduro exige que Lula se posicione sobre veto à Venezuela no Brics

Embora o presidente venezuelano tenha evitado atribuir diretamente a responsabilidade do veto a Lula, ele criticou os funcionários da chancelaria brasileira

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Nesta segunda-feira, 28 de outubro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a se manifestar a respeito do veto imposto pelo governo do Brasil que bloqueou a entrada da Venezuela no Brics na semana passada.

Maduro comentou: “Prefiro esperar que Lula observe, esteja bem informado sobre os acontecimentos, e que ele, como chefe de Estado, em seu momento, diga o que tem que dizer”.

Embora o presidente venezuelano tenha evitado atribuir diretamente a responsabilidade do veto a Lula, ele criticou os funcionários da chancelaria brasileira.

O ditador afirmou que “o Itamaraty tem sido um poder dentro do poder no Brasil há muitos anos. Sempre conspirou contra a Venezuela. […] uma chancelaria muito ligada ao Departamento de Estado americano, desde a época do golpe de Estado contra João Goulart”.

Em resposta às críticas, o Itamaraty informou que várias condições foram consideradas para a adesão da Venezuela ao Brics.

Entre essas condições estão a relevância política do país, a distribuição equilibrada de países na região, o alinhamento à agenda de reforma da governança global — como o Conselho de Segurança da ONU — e a rejeição a sanções não autorizadas por esse conselho.

Além disso, relações “amigáveis” com todos os membros do grupo também foram levadas em conta.

No último sábado, Tarek Saab, procurador-geral da Venezuela e aliado de Maduro, questionou publicamente o acidente doméstico que levou Lula a não participar da reunião do bloco, e chamou-o de “álibi”.

Maduro, ao ser indagado sobre o assunto, declarou: “Não me pronuncio sobre esse tema. Cabe aos médicos e ao presidente Lula falar”.

Maduro enfatizou sua postura de autossuficiência: “Devemos esperar resultados dos nossos próprios esforços, nunca depender de ninguém, seja quem for. Não dependemos do Brasil para nada, nem de ninguém”.

As informações são de AFP.