Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

BRICS: o que é e qual a sua função?

Entenda com detalhes o papel do bloco econômico e como o BRICS pode influenciar na economia e desenvolvimento global

Bandeiras dos países do Brics em um fundo azul
Veja impacto de bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

Um grupo de países emergentes têm chamado cada vez mais atenção por sua influência. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o bloco econômico BRICS.

A sigla foi criada em 2001 pelo economista Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, para descrever as economias emergentes que teriam papel central no crescimento econômico mundial. 

Inicialmente, o grupo era composto apenas por Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC). A África do Sul se juntou ao bloco em 2010, adicionando o “S” à sigla. O BRICS representa uma parcela da economia global, com seus países respondendo por mais de 40% da população mundial, 37% do PIB global e 26% do comércio internacional.

Com toda essa força, alguns países ficam contra o avanço do bloco econômico. Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, por exemplo, ameaçou aplicar tarifas de 100% sobre os países membros do BRICS. A tributação aconteceria caso os países não se comprometessem  a abandonar planos de criar uma nova moeda ou apoiar outra substituta do dólar.

Mas será que o BRICS é realmente esse vilão? Entenda como surgiu o bloco econômico, quais são seus principais objetivos e qual é sua importância na economia global. 

O que é o BRICS?

O BRICS é um grupo formado por cinco países de grande relevância econômica e geopolítica: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

O termo surgiu em 2001, quando o economista Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, destacou essas nações como as economias emergentes com maior potencial de crescimento. Inicialmente, o grupo era chamado de BRIC, até a entrada da África do Sul em 2010.

Juntos, os países do BRICS representam cerca de 26% do comércio mundial. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o grupo concentra 44% das reservas de petróleo e 53% das reservas de gás natural do planeta.

Além disso, o grupo também é responsável pela produção de 35% do gás e 43% do óleo do mundo. Por fim, a Rússia e o Brasil contam com as maiores reservas de água doce do planeta.

Expansão do BRICS: novos países parceiros

Mas, o grupo não se restringiu aos cinco países iniciais. Desde 2023, o BRICS tem negociado a ampliação do grupo, com a entrada de novos países. 

Assim, na cúpula daquele ano, foi aprovada a adesão de seis novos membros, incluindo Egito, Etiópia e Irã. 

No entanto, a Argentina, que havia sido convidada, desistiu de integrar o grupo após a posse do presidente Javier Milei. Inclusive, Milei afirmou que pode sair do Mercosul, outro bloco econômico que o Brasil participa, para priorizar acordo com os EUA.

Agora, sob presidência do Brasil, o BRICS anunciou a entrada de nove novos países como parceiros do bloco, com status inferior ao dos membros efetivos, mas com possibilidade de participação em cúpulas e reuniões temáticas. 

Os novos integrantes são: Belarus; Nigéria; Bolívia; Cazaquistão; Cuba; Malásia; Tailândia; Uganda e Uzbequistão. 

Qual a função do BRICS?

O BRICS busca criar um novo equilíbrio de poder na economia global, promovendo a cooperação entre países emergentes e reduzindo a dependência de instituições ocidentais. Suas principais funções incluem:

1. Fortalecer a cooperação econômica

O BRICS trabalha para facilitar o comércio entre seus membros, promovendo acordos que reduzem barreiras comerciais e incentivam o uso de moedas locais em transações internacionais.

2. Criar alternativas ao sistema financeiro tradicional

Em 2015, o bloco fundou o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), uma instituição financeira voltada para o financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Aliás, o banco se apresenta como uma alternativa ao FMI e ao Banco Mundial.

3. Promover inovação e desenvolvimento sustentável

Além disso, o BRICS investe em parcerias nas áreas de tecnologia, energia renovável e inteligência artificial, promovendo o compartilhamento de pesquisas e investimentos conjuntos.

4. Influenciar a geopolítica mundial

Os membros do BRICS frequentemente coordenam posicionamentos em fóruns internacionais e defendem reformas em instituições como a ONU, por exemplo, para dar mais voz aos países emergentes.

5. Expandir o bloco e aumentar sua influência

Por fim, a recente inclusão de novos países reforça a intenção do BRICS de consolidar sua posição como alternativa às potências ocidentais.

Como o BRICS se diferencia de outros blocos econômicos?

Diferente de blocos como a União Europeia e o Mercosul, o BRICS não é um acordo de livre comércio, mas sim um fórum de cooperação. Assim, sua estrutura permite uma colaboração mais flexível entre os países-membros.

Além disso, outros blocos econômicos importantes são:

  • União Europeia (UE): Agrupamento político e econômico de 27 países que compartilham políticas comuns e, em sua maioria, utilizam o euro como moeda.
  • Mercosul: Criado para fortalecer a integração comercial entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além de outros países associados.
  • Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA): Substituiu o antigo NAFTA e regula o comércio entre os três países da América do Norte.
  • Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN): Bloco que reúne dez países do Sudeste Asiático para fortalecer a cooperação econômica e política na região.