Tecnologia das criptomoedas

Sem moeda comum, Brasil propõe blockchain para facilitar transações entre membros do BRICS

Brasil propõe usar blockchain para reduzir custos nas trocas comerciais no BRICS, mantendo o sistema financeiro internacional

Bandeiras dos países do Brics em um fundo azul
Veja impacto de bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul

O Brasil, ao assumir a presidência rotativa do BRICS em 2024, quer usar a tecnologia blockchain com o intuito de reduzir custos e aumentar a eficiência nas trocas comerciais internacionais entre os países parceiros. 

A proposta quer criar um sistema mais acessível e ágil para o comércio exterior, sem, no entanto, provocar uma ruptura com o sistema financeiro global.

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Atualmente, o BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expande sua atuação com novos membros como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. Assim, sem a unificação de moedas entre os países, transições entre os membros são dificultadas. 

A utilização do blockchain visa não só facilitar a integração entre esses países, mas também reduzir os custos elevados dos processos financeiros. 

BRICS e tendências globais 

A ideia de uma moeda comum foi discutida, mas não foi levada para frente. Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda levantou a possibilidade de substituir o dólar em transações transfronteiriças, 

Embora alguns países do BRICS tenham mostrado interesse em alternativas ao dólar em suas trocas comerciais, a liderança brasileira afirma que o objetivo é melhorar a eficiência, sem prejudicar o sistema financeiro internacional.

Em declarações recentes, autoridades brasileiras esclareceram que a proposta não busca enfraquecer o dólar. 

No entanto, como destaca o governo brasileiro, a ideia não é confrontar diretamente os Estados Unidos, especialmente após as declarações de Donald Trump sobre tarifas contra países que busquem alternativas ao dólar. 

Desafios da implementação da tecnologia blockchain

Apesar das intenções claras, a proposta conta com desafios técnicos e políticos. O Banco Central brasileiro, por exemplo, ainda enfrenta dificuldades para implementar soluções tecnológicas seguras que atendam aos requisitos de proteção de dados e privacidade. 

O Drex, uma versão digital do real que utiliza a rede blockchain, é uma das alternativas em desenvolvimento. Porém, sua implementação ainda está em fase de testes e enfrenta vários problemas em questão a segurança dos usuários.

No entanto, o assunto deve ser discutido com o encontro dos chefes estados do BRICS em julho no Rio de Janeiro.