SpaceMercado

65% dos investidores planejam aumentar alocação em ações, aponta pesquisa da XP

Maioria dos entrevistados creem que o Ibovespa encerre o ano entre 120 mil e 130 mil pontos

- Jason Briscoe via Unsplash
- Jason Briscoe via Unsplash

A XP Investimentos realizou uma nova edição de sua pesquisa mensal com assessores da própria instituição e assessores independentes filiados. O documento mostrou mais um mês de aumento de interesse em renda variável.

O levantamento apontou que 65% dos clientes planejam aumentar sua alocação em ações, um aumento de 16 p.p. mês a mês – o maior nível desde o início da pesquisa.

Além disso, os analistas começaram a ver uma tendência de queda no interesse em renda fixa de fundos de renda fixa. Ao mesmo tempo, o interesse em ativos de maior risco tem aumentado.

O otimismo em relação ao Ibovespa também aumentou. 56% dos entrevistados apontam que o índice vai encerrar o ano entre 120 e 130 mil pontos, um aumento de 9,0 p.p. em relação ao mês anterior.

Em termos de setores, a maioria dos clientes tem maior interesse nos setores Financeiro, Utilidades Públicas (Elétricas e Saneamento) e Commodities, destacaram Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head de Research, e Jennie Li, estrategista de ações.

Intenção de aumentar alocação em ações atinge nível recorde

Alocação em ações aumentaram levemente, mas ainda se demonstra baixa. Segundo os assessores, a parcela de seus clientes com mais de 25% da alocação em renda variável cresceu 2% ao mês anterior, para 26%.

A maioria (74%) deles tem apenas menos de um quarto do portfólio alocado em ações.

Apesar da baixa alocação, a intenção dos clientes de aumentar a exposição alcançou o maior nível desde o começo da pesquisa.

A porcentagem de clientes que planejam aumentar suas alocações em ações continuou a aumentar desde o mês passado, em +16 p.p. mês a mês para 65% – o maior nível desde o início da pesquisa em 2020.

Antes disso, o nível mais alto foi de 64%, alcançado em junho de 2020.

Além disso, a porcentagem de interessados em diminuir seus investimentos em ações diminuiu para 1%, sua mínima histórica da pesquisa.

Por fim, 34% não desejam alterar seus investimentos.

Interesse em classes de ativos de maior risco em tendência de alta

Além das ações, as classes de ativos que os clientes estavam mais interessados são:

  • – 1) Renda Fixa (70%, -3pps M/M);
  • – 2) Fundos Imobiliários (63%, +2pps M/M);
  • – 3) Fundos Multimercado (49%, +5pps M/M);
  • – 4) Fundos de Renda Fixa (41%, -17pps M/M);
  • – 5) Investimentos Internacionais (41%, +2pps M/M);
  • – 6) Fundos de Renda Variável (24%, +6pps M/M);
  • – 7) Criptoativos (9%, +2pps M/M); e
  • – 8) Ouro (2%, -3pps M/M).

“Esse movimento pode ser explicado pela expectativa do início de um ciclo de corte de juros à frente. Por outro lado, houve um aumento de interesse por fundos imobiliários e fundos ações, um sinal de maior apetite por tomada de risco”, declararam Ferreira e Li.

O interesse em investimentos internacionais aumentaram em todas as classes. De acordo com a pesquisa, todas as categorias de investimento internacionais apresentaram um aumento no interesse.

As categorias mais procuradas são:

  • – 1) Bonds (50%, +5pps M/M);
  • – 2) ETFs (40%, +4pps M/M);
  • – 3) Dólar (37%, +2pps M/M);
  • – 4) Ações Internacionais (36%, +6pp M/M);
  • – 5) Fundos Internacionais (35%, +5pp M/M).

Por fim, 11% dos entrevistados disseram que não têm interesse em investimentos internacionais, uma redução de 4 p.p. mês a mês.

Otimismo com o Ibovespa aumentou, mas risco fiscal ainda preocupa

Em julho, 56% dos assessores acreditam que o índice vai encerrar o ano entre 120.000 e 130.000 pontos, +9,0 p.p. em comparação à pesquisa do mês anterior.

Além disso, 23,0% acreditam que o índice deve encerrar o ano entre 130.000 e 140.000 pontos (+11,0 p.p. mês a mês).

12% dos entrevistados acreditam que o principal índice acionário da B3 vai chegar entre 110.000 e 120.000 pontos (- 14 p.p. mês a mês). 

5% acredita que o Ibovespa vai alcançar entre 100.000 e 110.000 pontos (-5 p.p. M/M). Outros 3% responderam que o índice vai estar acima de 140.000.

Por fim, os 1% restantes acreditam que o índice deve encerrar 2023 abaixo de 100.000 pontos.

Os resultados da pesquisa apontam que os entrevistados esperam que o Ibovespa alcance o patamar de 125 mil pontos ao fim do ano.

As maiores preocupações foram risco fiscal doméstico e recessão nos EUA. Ambos também são vistos como os maiores riscos de cauda pelos
assessores.

As informações são da assessoria Fato Relevante.