Nesta sexta-feira (06), o IBGE divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado foi que a variação do IPCA em novembro foi de 0,51% mom – month over month, em inglês, que analisa as tendências no curto prazo -, com taxa de 3,27% nos últimos 12 meses. Em outubro, o IPCA havia registrado 0,10%.
A inflação de novembro foi puxada por Alimentação e Bebidas que subiu 0,72%, influenciada pela alta de Carnes, que subiu 8,09% em novembro e impactou o IPCA cheio em 0,22 pp. Com isso, Alimentação no Domicílio, que havia registrado uma deflação de 0,03% em outubro, subiu 1,01% em novembro.
Já o setor de Serviços apresentou variação de 0,2%, mesmo resultado do mês anterior. Na comparação interanual, a inflação de serviços está em 3.40% yoy, inferior à taxa apresentada em outubro que foi de 3,63% yoy. Os Serviços Subjacentes cresceram 0,14% (contra 0,22% no mês anterior) e acumulam alta de 3,25% nos últimos 12 meses.
Os núcleos subiram 0,21%, em média (contra mesmos 0,21% no mês anterior). Os núcleos estão rodando ao redor de 2,81% YoY – Year over Year, que é a Taxa Homóloga ou Taxa de Variação Homóloga e compara variáveis de um período do ano com o mesmo período no ano anterior – , bem abaixo da meta de 4,25% deste ano.
A alta dos alimentos não apresentou impacto na inflação de serviços e nos núcleos. Entendemos que existirá algum repasse, porém que os efeitos tendem a ser bastante limitados e pouco significativos. Na Genial Investimentos, seguiremos avaliando o efeito secundário de alimentos para os núcleos nos próximos meses.
Evolução recente
A aceleração da inflação em novembro foi puxada por Alimentação e Bebidas (0,72%) e Despesas Pessoais (1,24%). O primeiro foi influenciado pelo choque no preço de Carnes que subiu 8,09% e impactou o IPCA cheio em 0,22 pp. (nos últimos 30 dias, a arroba do boi gordo que apresentou alta de cerca de 40% influenciada pelo aumento da demanda chinesa).
Já a inflação de Despesas Pessoais foi influenciada pela entrada em vigor dos reajustes dos preços das loterias federais, que variaram de 40% a 66% ocasionando uma alta de 24,3% no item Jogos de Azar e impactou o IPCA cheio em 0,10 pp.
A elevação nos preços de Habitação está relacionada à bandeira amarela vermelha 1 (frente bandeira amarela em outubro). Contudo, em dezembro, a bandeira tarifária volta a ser a amarela, portanto, veremos um recuo nos preços de habitação em dezembro. Estimamos um impacto negativo no IPCA cheio entre 0,10 pp a 0,15 pp.
A inflação continua baixa para níveis históricos e persistentemente abaixo da meta de 4,25% para 2019. Os núcleos e inflação de serviços continuam rodando em níveis confortáveis e abaixo da meta. Para dezembro, a Genial projeta inflação de 0,72% mom (3,86% yoy) puxada por alimentos e transportes (alta recente do dólar com repasse da Petrobrás às distribuidoras).
Apesar desse aumento na projeção para 2019, na Genial, acreditamos na manutenção do cenário benigno para a inflação com IPCA abaixo da meta de 4,25% e núcleos rodando ao redor de 3,2% yoy. Entendemos que existirá algum repasse do choque de alimentos para os outros itens do PICA, porém que os efeitos tendem a ser bastante limitados e pouco significativos. Seguiremos avaliando o possível efeito secundário do choque de alimentos para os núcleos nos próximos meses.