Open Banking

A revolução dos pagamentos 2.0

Fusão entre Open Banking e PIX mudará muitos paradigmas no sistema financeiro

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No final do ano passado, comemoramos o aniversário do PIX, o novo método de pagamento que conquistou os brasileiros e já provou ser um dos mais bem-sucedidos do mundo, com 95 milhões de CPFs associados, 7 milhões de CNPJs registrados e mais de 8 bilhões de transações que somaram R$ 4,5 trilhões de janeiro a novembro de 2021. 

Mas como o PIX conseguiu se tornar um sucesso tão grande em tão pouco tempo? Podemos listar três principais fatores: 

•    O PIX é rápido (em tempo real): os pagamentos são processados em menos de 10 segundos, 24/7. Funciona no SPI (Sistema de Pagamento Instantâneo) desenvolvido pelo Banco Central do Brasil;
•    O PIX é barato: pode custar centavos para as empresas processarem, (mesmo que alguns bancos o ofereçam gratuitamente) e é completamente gratuito para os indivíduos;
•    O PIX é onipresente (parcialmente): não apenas os bancos tradicionais oferecem o PIX, mas qualquer carteira/conta pode se tornar participantes, o que significa que mais pessoas podem usar o serviço e alcançar o que é conhecido como um efeito de rede em termos de adoção. Você pode enviar dinheiro do Itaú para uma nova fintech de sua preferência e vice-versa.

Afinal de contas, o PIX está ajudando milhões de empresas a serem mais eficientes (por exemplo, um e-commerce pode receber o pagamento em tempo real sem ter que esperar até 72h para que um boleto seja liquidado) e está ajudando milhões de brasileiros a serem incluídos financeiramente.

Então, se o PIX é um sucesso e parece que substituirá nossos atuais métodos de pagamento no Brasil (Boleto, DOC, TED) e também pagamentos baseados em cartões… Por que estou falando de uma nova revolução de pagamentos (2.0)?

Bem, se o PIX teve uma aceitação tão grande, uma nova ideia revolucionária também introduzida pelo Banco Central do Brasil tornará o PIX 100% ubíquo, tornando o método tão eficiente a ponto de se tornar invisível, permitindo uma nova miríade de casos de uso que facilitará a vida das empresas e dos indivíduos de uma forma nunca vista antes. Mas o que tudo isso significa? 

Vamos começar com um exemplo simples para uma empresa: hoje, todas as empresas, assim como os indivíduos, precisam pagar contas. Mas a principal diferença é que a complexidade para uma empresa é muito maior do que para um indivíduo. A necessidade de pagar aluguel, seguro, serviços públicos, plano de saúde, salários, fornecedores, impostos, assinaturas de software etc. representa uma enorme quantidade de pagamentos que hoje são processados manualmente no internet banking ou, em alguns casos, processando diferentes tipos de pagamentos de diferentes contas bancárias. Você imagina como esse processo é complexo e quantos "erros manuais" acontecem durante o processamento manual desses pagamentos?

É aí que entra a Revolução dos Pagamentos 2.0, combinando o poder dos pagamentos em tempo real (fornecidos pela infra-estrutura do PIX) e o Open Banking. Open Banking? Sim! O modelo permitirá que indivíduos e empresas processem pagamentos a partir de suas próprias contas bancárias em outros canais que não internet ou mobile banking. 

E por que isso é tão revolucionário? Voltemos ao exemplo anterior. Imagine que essas empresas que precisam processar milhares de pagamentos pudessem automaticamente configurá-los diretamente de seus ERPs ou sistemas contábeis. "Magia!". Isso é o que os departamentos financeiros de cada empresa dirão quando souberem que isso é, de fato, possível. Essa nova tecnologia não só economizará milhares de horas para o processamento manual, mas também erradicará qualquer erro manual potencial ao processar pagamentos. E, confie em mim, já houve casos na história em que o chamado "dedo gordo" causou os piores problemas para qualquer CFO.

E quanto aos indivíduos, em que sentido estes novos mecanismos de pagamento podem ser revolucionários? O momento Uber! Como indivíduos, seremos capazes de fornecer acesso a nossas contas de forma segura a fim de processar pagamentos em nosso nome. Portanto, não teremos mais que digitalizar um CPF ou CNPJ ou uma chave PIX para processar um pagamento. Seremos capazes de nos livrar desse processo e, por exemplo, usar nosso aplicativo preferido de finanças pessoais, como o aplicativo Mobills, e realmente gerenciar todas as nossas finanças a partir de um único aplicativo. 

Movimentar dinheiro entre nossas diferentes contas bancárias, pagar nossas contas, fazer transferências entre amigos, receber alertas quando o saldo da conta está baixo e "automaticamente" evitar as taxas de cheque especial quando a conta entra no negativo! Basicamente, estar em pleno controle de nossas finanças, sem esforço. Tornando os bancos quase invisíveis.

Afinal de contas… Uma vez que o Open Banking se funde com o PIX, acredito que todos nós podemos concordar que isso mudará muitos paradigmas. Vamos começar a imaginar em que partes de nossas vidas seremos capazes de incorporar um pagamento… mas ao mesmo tempo, fazendo o processo do pagamento desaparecer… O momento Uber!

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