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A vitória de Lula, Focus, expectativas pelo Fed e Opep: veja as principais notícias de hoje (31)

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentarão os negócios no Brasil e no exterior nesta segunda-feira

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Fique por dentro dos principais assuntos que movimentarão os negócios no Brasil e no exterior nesta segunda-feira (31):

Brasil

Eleições 2022

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições presidenciais realizado no último domingo (30). O petista alcançou 50,90% dos votos válidos, que representam mais de 60,345 milhões de votos. Lula já presidiu o país por dois mandatos.

Bolsonaro, derrotado, foi o primeiro mandatário em exercício do cargo a não conseguir se reeleger desde a redemocratização em 1985.

Ao longo do dia, ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cujo-diretor geral declarou voto em Bolsonaro na véspera, na região Nordeste causaram polêmicas. Operações foram vistas como uma tentativa de obstruir votos de Lula em uma região majoritariamente favorável a ele.

No sábado, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada de primeira hora de Jair Bolsonaro, causou apreensão e espanto ao apontar a arma para um homem com quem discutiu pelas ruas do bairro Jardim Paulista.

O vencedor da eleição presidencial no segundo turno destacou a necessidade de unificação nacional entre as principais prioridades de seu terceiro mandato.

“Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora”, disse Lula.

“A partir de 1º de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação. Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia”, acrescentou.

Durante a campanha, ele buscou ressaltar o legado das suas gestões anteriores e prometeu retomar algumas de suas políticas consideradas bem-sucedidas, como o aumento real do salário mínimo.

Bolsonaro silenciou. O presidente não reconheceu o resultado nem telefonou para o vencedor do pleito.

A colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar, informou, por meio do seu Twitter, que o presidente está “fechado com Braga Netto e assessores no Palácio do Planalto”.

Entre os sinais dados, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente, parabenizaram o petista pela vitória.

Líderes mundiais foram ágeis ao congratular Lula pela eleição. Presidentes de países como os EUA, França e o primeiro-ministro recém-eleito do Reino Unido publicaram mensagens em suas redes sociais com saudações ao petista.

A partir de agora, o mercado financeiro aguarda maiores sinalizações para a condução da política econômica, sobretudo com o anúncio do futuro ministro da Fazenda em um terceiro governo Lula.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) disse que está à disposição para colaborar com o novo governo e parabenizou Lula pelo resultado.

Mais análises – O risco de uma contestação pode ser considerado improvável, diante da rápida movimentação que se seguiu à proclamação do resultado pelo TSE, consolidado pelo reconhecimento do STF e do Congresso Nacional, enquanto aliados próximos, como Arthur Lira e o próprio Tarcísio de Freitas (Republicanos) – eleito governador em São Paulo –, deixavam claro a sua intenção de respeitar as urnas.

No discurso de vitória, Tarcísio disse que o resultado das urnas era soberano e que vai buscar “alinhamento” com o governo federal. Já Lira foi um dos primeiros a se manifestar: “A vontade da maioria não deve ser contestada, hora de construir pontes.”

Atrás de Lira estava Ricardo Barros, líder de Bolsonaro na Câmara e mestre em cavar espaços dentro de todos os governos.

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que driblou as denúncias de operações de blitz da PRF nas estradas do Nordeste, chamou para estar ao seu lado a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.

Já Bolsonaro, que acompanhou a apuração na Granja do Torto, residência de Paulo Guedes, saiu de lá sem dar declarações. Nem amigos mais chegados conseguiram contato com o presidente, que não se pronunciou até agora sobre a derrota.

Hoje, quando voltar ao Planalto, Bolsonaro vai constatar que não tem o apoio para aventuras, nem mesmo da Jovem Pan, que já tinha pronto um editorial para o caso de uma vitória de Lula, divulgado pela emissora antes que o corpo esfriasse.

Em um dos trechos, a JP deu o recado, afirma o seu compromisso com o Brasil, a democracia, a Constituição e as Instituições. “Os candidatos devem ser os primeiros, tenham vencido ou não, a manifestar a defesa da decisão soberana do povo.” (Bom Dia Mercado)

Boletim Focus

Às 8:25 desta segunda-feira (31), o Banco Central divulgou o Boletim Focus, levantamento realizado com a mediana de projeções de economistas consultados pela autoridade monetária.

As estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final deste ano, passaram de 5,60% para 5,61% – a primeira alta em dezessete semanas.

A projeção para a Selic ao final deste ano seguiu em 13,75% pela 18ª semana consecutiva. Para 2023 a previsão foi mantida em 11,25%, enquanto para 2024, as previsões para o juro básico também foram mantidas em 8%. Já para 2025, a taxa básica de juros permanece em 7,75%.

Em relação às expectativas para a atividade, o mercado financeiro manteve a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano em 2,76%, de 2,70% há um mês.

A projeção para a taxa de câmbio ao final de 2022 e de 2023 se manteve em R$ 5,20 pela 13ª semana seguida. (Money Times)

Agenda

O destaque vai para a ata do Copom (amanhã, terça-feira), que deve reforçar os receios fiscais e desencorajar apostas prematuras no corte dos juros.

Hoje (9:30), o BC informou o superávit primário de R$ 10,7 bilhões nas contas do setor público consolidado em setembro, na mediana das apostas de pesquisa Broadcast – R$ 7,5 bilhões a R$ 28,75 bilhões -, após saldo negativo de R$ 30,279 bilhões em agosto.

Um ano atrás, houve superávit de R$ 12,9 bilhões.

Na terça-feira (1), além da ata do Copom, vai ser importante conferir a produção industrial, que deve continuar em queda em setembro (-0,7%), após ter recuado 0,6% em agosto. A atividade sofre o lag da política monetária.

Ainda amanhã, sai a balança comercial de outubro, com previsão de superávit de US$ 4,20 bilhões.

Do lado da inflação, a semana reserva os resultados fechados do mês do IPC-S de outubro (terça-feira) e do IPC-Fipe, na quinta-feira.

Receita Federal

A Receita Federal libera nesta segunda-feira (31) o crédito bancário a contribuintes que haviam caído na malha fina e acertaram as contas com o Fisco.

O pagamento vai ser feito diretamente na conta informada na declaração do Imposto de Renda. Ao todo, 471.447 contribuintes que declararam em anos anteriores foram contemplados. O valor creditado chega a R$ 800 milhões.

Desse total, 6.483 têm mais de 80 anos, 54.365 têm entre 60 e 79 anos, 5.516 têm alguma deficiência física, mental ou doença grave e 23.070 têm o magistério como principal fonte de renda.

Caso o contribuinte não esteja na lista, deve entrar no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e tirar o extrato da declaração. Se verificar pendência, pode enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes da malha fina.

Se, por algum motivo, a restituição não for depositada na conta informada na declaração, como no caso de conta desativada, os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil.

Nesse caso, o cidadão pode agendar o crédito em qualquer conta bancária em seu nome, por meio do Portal BB, ou ligando para a Central de Relacionamento do banco, nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).

Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição depois de um ano, deve requerer o valor no Portal e-CAC.

Ao entrar na página, o cidadão deve acessar o menu “Declarações e Demonstrativos”, clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no campo *Solicitar restituição não resgatada na rede bancária*.

EUA

De última hora, correm apostas de que o Fed possa diminuir o ritmo de aperto no juro para 50 pontos já na reunião de quarta-feira (2). A esperança foi despertada pelo núcleo do PCE (5,1%) abaixo do consenso (5,2%), que saiu na 6ªF.

O resultado do indicador de inflação na base anualizada fez praticamente dobrar, de 11,5% para 21,8%, a probabilidade no monitoramento do CME Group de aumento de 0,50 p.p. pelo Fomc já no encontro desta semana.

Mas ainda permanece amplamente majoritária (78,2%) a expectativa de que o Fed dê mais 0,75. p.p. desta vez. Para o encontro de dezembro, a disputa está dividida e acirrada: 45,3% para 0,50 p.p. e 46,6% para 0,75 p.p..

Mesmo que o Fed ainda não pegue mais leve agora (quarta-feira), o recado do statement tem muito potencial para operar as expectativas do mercado para a última decisão de política monetária do ano, marcada para o dia 14 de dezembro.

Também o payroll de outubro, que sai na sexta-feira (4), vai ser um importante driver das especulações para dezembro.

Ainda entre os indicadores econômicos nos EUA, hoje, o PMI do ISM/Chicago (10h45) deve melhorar para 47,0 em outubro, contra 45,7 em setembro. Amanhã, saem os PMIs industriais medidos pelo S&P Global e ISM de outubro.

O fôlego do setor de serviços vai ser medido na quinta-feira (3), quando sai também a balança comercial de setembro nos EUA.

Ásia

China – O PMI industrial oficial caiu de 50,1 em setembro para 49,2 em outubro, abaixo da previsão dos analistas de 49,7. O PMI de serviços recuou de 50,6 para 48,7 no período.

Hoje à noite (31), sai o PMI industrial de outubro medido pelo setor privado (Caixin). Na quarta-feira (2), tem o PMI de serviços.

Wuhan, epicentro original do vírus, e o centro manufatureiro de Guangzhou endureceram restrições após registrarem alta nos casos de Covid-19, mais uma vez em ameaça à perspectiva da segunda maior economia do mundo.

Europa

A Europa saiu do horário de verão neste domingo. Com isso, as bolsas europeias passam a operar de 5:00 às 13:30, no horário de Brasília.

Na Zona do Euro, foi divulgada a leitura preliminar de outubro da inflação ao consumidor (CPI) e houve a publicação do PIB do terceiro trimestre, ambos às 7:00.

A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, estimou que o Produto Interno Bruto nos dezenove países que compartilham o euro subiu 0,2% em relação ao segundo trimestre e 2,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior, como esperado pelos economistas consultados pela Reuters.

Isto se compara a um crescimento trimestral de 0,8% e anual de 4,3% no período de abril a junho, quando a economia da zona do euro começa a sentir o impacto do aumento da inflação, especialmente dos preços da energia, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e o salto resultante nas taxas de juros.

A Alemanha, a maior economia da Europa, contrariou a tendência e relatou uma ligeira aceleração do crescimento no terceiro trimestre para 0,3%, de 0,1% no segundo trimestre, embora sua economia ainda tenha desacelerado em termos anuais.

Bélgica, Letônia e Áustria já registraram queda trimestral do PIB no período de julho a setembro.

O PMI-S&P Global industrial do bloco vai ser informado na quarta-feira (2) e o índice de preços ao produtor (PPI), na sexta-feira (4).

Outros dados são as vendas no varejo da Alemanha em setembro (4:00) e de PIB do terceiro trimestre na Itália (6:00) e em Portugal (6:30).

BC inglês (BoE) decide os juros nesta semana, na quinta-feira (3).

Commodities

A Opep divulga na tarde (13:30) desta segunda-feira (31) o relatório sobre a perspectiva mundial do petróleo.

As informações são de ADVFN, Agência Brasil, Bom Dia Mercado, Eu Quero Investir, Exame, Folha de S.Paulo, Forbes, InfoMoney, Investing.com Brasil, O Estado de S.Paulo, Reuters e Valor.