Investing.com – O índice futuro do Ibovespa inicia a sessão desta quarta-feira com queda de 0,48% aos 106.390 pontos, com o dólar avançando 0,16% a R$ 4,1741. Mais uma vez o desempenho negativo das bolsas pelo mundo deve contaminar o ambiente local, que também sofre influência das questões políticas nacionais e da América Latina. A temporada de balanços também deve nortear os negócios da jornada.
– Cenário Interno
Orçamento
O governo autorizou nesta terça-feira a ampliação de 16,768 bilhões de reais das despesas do Orçamento de 2019 em relatório extemporâneo de avaliação de receitas e despesas, que incorporou a arrecadação adicional que ocorrerá com o leilão do excedente da cessão onerosa de petróleo.
O valor liberado, segundo o Ministério da Economia, supera o montante que ainda estava contingenciado para garantir o cumprimento da meta fiscal do ano, de 14 bilhões de reais.
O detalhamento dos valores que serão autorizados em despesas para cada ministério será feito na próxima semana, segundo o relatório.
Pacto Federativo
O Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz) defendeu nesta terça-feira que o colegiado é o “ambiente adequado” para estabelecer os critérios de divisão dos 400 bilhões de reais que poderão ser distribuídos a Estados e municípios em 15 anos com a reformulação do pacto federativo proposta pela equipe econômica na semana passada.
O presidente do comitê, Rafael Fonteles, afirmou que a definição da fatia de receita que ficará para cada Estado será a questão mais relevante.
– Cenário Externo
China e EUA
As ações de Xangai atingiram nesta quarta-feira o nível de fechamento mais baixo em mais de seis semanas em meio a sinais mistos sobre o progresso feito nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, enquanto a intensificação da violência em Hong Kong afetava o sentimento.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira que um acordo comercial inicial com a China está “perto”, mas não ofereceu novos detalhes sobre as negociações, decepcionando investidores com o que foi considerado um discurso sobre as políticas econômicas de seu governo.
O crescente caos político em Hong Kong ainda reduziu o apetite por risco já que manifestantes contrários ao governo paralisaram partes do centro financeiro asiático pelo terceiro dia e com a mídia estatal chinesa censurando a violência.
Zona do Euro
A produção industrial da zona do euro superou as expectativas e avançou em setembro pelo segundo mês seguido, mostraram nesta quarta-feira estimativas oficiais, uma vez que as quedas na produção da Alemanha e da Itália foram compensadas por aumentos na França e Holanda.
A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, informou que a produção industrial na zona do euro aumentou 0,1% em setembro sobre o mês anterior, após alta de 0,4% em agosto e ante expectativa de queda de 0,3%.
O aumento inesperado compensou o recuo de 0,5% da produção registrada em julho, fechando o terceiro trimestre de forma positiva.
Bolívia
A senadora boliviana Jeanine Añez, uma opositora de Evo Morales, disse nesta terça-feira em uma sessão legislativa especial que assumirá como presidente interina da Bolívia, após a renúncia e saída do país do líder boliviano em meio a uma crise política.
Añez disse que tinha o direito legal de assumir o cargo, apesar de pouco antes a assembleia não ter conseguido reunir quórum para a sessão devido à ausência de parlamentares leais a Morales.
“Na ausência definitiva do presidente e do vice-presidente … conforme o texto e o sentido da Constituição, como presidente do Senado, imediatamente assumo a Presidência do Estado prevista na ordem constitucional”, afirmou Añez.
BOLSAS INTERNACIONAIS
Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,85%, a 23.319 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,82%, a 26.571 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,33%, a 2.905 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,09%, a 3.899 pontos.
A quarta-feira é negativa para os principais mercados de ações da Europa, com o DAX, de Frankfurt, recuando 0,74% aos 13.185 pontos, enquanto que o FTSE, de Londres, perde 0,50% aos 7.328 pontos. Já em Paris, o CAC cai 0,43% ais 5.894 pontos.
COMMODITIES
A jornada desta quinta-feira foi marcada por uma nova valorização nos preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo com maior volume de negócios, com data de entrega para janeiro do próximo ano, avançou 1,08% para 607,50 iuanes por tonelada, o que representa uma variação de 6,50 iuanes em relação ao valor de liquidação da véspera, que foi de 601,00 iuanes/t.
No mesmo sentido, a jornada também foi marcada por importante ganhos nos preços dos papéis futuros do vergalhão de aço, que são transacionados na bolsa de mercadorias de Xangai, também na China. O contrato de maior liquidez, com entrega no próximo mês de janeiro, somou 33 iuanes para 3.442 iuanes por tonelada. Já o de maio de 2020, segundo mais negociado, ganhou 24 iuanes para 3.261 iuanes por tonelada.
MERCADO CORPORATIVO
– Petrobras (SA:PETR4)
A Petrobras (SA:PETR4) anunciou nesta terça-feira que realizará a transferência das atividades administrativas de sua sede em Aracaju (SE) para a base de Carmópolis até março de 2020, justificando ser mais um passo na busca pela otimização de custos.
A companhia informou que está realizando o planejamento para movimentação de seus funcionários, o que inclui a realocação de empregados em outros imóveis em Sergipe ou a transferência de profissionais para outros Estados.
“Essa iniciativa não é pontual em uma região específica e faz parte de uma gestão responsável dos recursos”, afirmou a Petrobras (SA:PETR4), ressaltando o objetivo de reduzir sua dívida.
Neste ano, a petroleira já realizou diversos cortes na área predial, com a desocupação de sua antiga sede administrativa na avenida Paulista, de um edifício em Macaé (RJ) e de diversos escritórios no exterior.
Ativos no Uruguai
A Petrobras (SA:PETR4.SA) iniciou a etapa de divulgação de oportunidade (“teaser”) para a venda de ativos nas áreas de distribuição de combustíveis, lubrificantes e fertilizantes no Uruguai, informou a empresa nesta terça-feira.
De acordo com fato relevante divulgado pela estatal, o objetivo do processo é a venda de 100% das ações detidas por sua subsidiária uruguaia na Petrobras (SA:PETR4) Uruguay Distribuición, cujas operações se concentram na distribuição de combustíveis.
A empresa possui no país vizinho uma rede de 90 estações de serviços, 16 lojas de conveniência, um terminal logístico de lubrificantes, uma planta de querosene para aviação (QAV) e dois terminais logísticos para armazenamento de fertilizantes, informou a petroleira.
– CPFL (SA:CPFE3)
A CPFL Energia (SA:CPFE3), da chinesa State Grid, reportou nesta terça-feira lucro líquido de 748 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 19,4% ante igual período de 2018, com melhor geração de caixa operacional e aumento da receita.
A empresa registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,618 bilhão de reais no trimestre, avanço de 4,5% no ano a ano, com destaque para o segmento de distribuição.
Segundo a CPFL (SA:CPFE3), o segmento de distribuição teve Ebitda de 846 milhões de reais no período, alta de 17,8% na comparação anual, refletindo principalmente os resultados advindos dos reajustes tarifários das distribuidoras: CPFL Piratininga (outubro 2018), CPFL Paulista (abril 2019) e RGE (junho 2019).
– MRV (SA:MRVE3)
A MRV (SA:MRVE3) teve lucro líquido de 160 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 8% com relação ao mesmo período do ano passado, informou nesta terça-feira a construtora de imóveis residenciais.
O resultado foi impactado com paralisação de repasses para imóveis do programa Minha Casa Minha Vida durante praticamente todo o trimestre, que fez a MRV (SA:MRVE3) ter uma queima de caixa de 198 milhões de reais, ante uma geração de 241 milhões um ano antes.
A companhia apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 248 milhões de reais, alta de 4,2% na base anual. Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 184,6 milhões de reais e Ebitda de 257,5 milhões, segundo dados da Refinitiv.
– Energia Elétrica
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a realização do leilão de transmissão 02/2019, que deve ocorrer em 19 de dezembro e gerar até 4,18 bilhões de reais em investimentos, informou o órgão nesta terça-feira.
O leilão contará com a licitação de 12 lotes, com 17 linhas de transmissão e 16 subestações, em projetos que contemplam 12 Estados do país.
“São 20 anos de leilões de transmissão, com muito sucesso. Historicamente, tivemos a ampla participação de proponentes de vários países, o que confirma a robustez e a segurança regulatória de nosso modelo de contratação de energia”, afirmou em nota o diretor-relator da Aneel, Rodrigo Limp.
– Biosev (SA:BSEV3)
A Biosev (SA:BSEV3), uma das maiores processadoras de cana do mundo, registrou prejuízo líquido trimestral de 304,3 milhões de reais, quase o dobro do verificado no mesmo período do ano passado, com o resultado financeiro negativo crescendo 145%, para 738,6 milhões de reais, informou a empresa nesta terça-feira.
A companhia, que tem 88,4% de sua dívida em dólar, indicou que o resultado foi impactado principalmente pela variação cambial, por menores volumes de venda de açúcar e por redução de ganhos com a marcação a mercado e liquidação de operações com derivativos.
O braço de açúcar e etanol da companhia do agronegócio Louis Dreyfus fechou o período com dívida líquida de 5,6 bilhões de reais, alta de 4,1% em relação ao valor registrado no mesmo período na safra passada, com impacto da desvalorização do real frente ao dólar.
Questionado sobre o endividamento em moeda estrangeira, que tem impactado o resultado da companhia, o diretor financeiro da Biosev (SA:BSEV3), Gustavo Theodozio, disse que a empresa não começou nenhuma negociação com os bancos para reduzir a parcela dolarizada da dívida.
– JBS (SA:JBSS3)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pediu propostas a bancos de investimento para iniciar a venda de sua participação na processadora de carne JBS (SA:JBSS3) , disseram três fontes com conhecimento do assunto. Espera-se que as propostas sejam entregues nos próximos dias, segundo as fontes, e são o primeiro passo para a contratação de banco para realizar a oferta.
A empresa de participações do BNDES, BNDESPar, tem 21,3% da JBS (SA:JBSS3), mas está pedindo propostas a bancos para venda de apenas uma porção de sua participação, segundo as fontes.
O acordo de acionistas da JBS (SA:JBSS3) exige que a BNDESPar mantenha uma participação mínima de 15% na empresa para continuar com direitos de veto em algumas matérias e a indicação de um membro do conselho da empresa, segundo documentos públicos no site da empresa.
Para cumprir essa regra, a BNDESPar poderia vender uma participação de 6,3% na empresa, correspondente a cerca de 172 milhões de ações, com valor aproximado de 5 bilhões de reais.
Ainda não está claro se a BNDESPar venderá apenas uma parcela da participação ou se poderia aumentar o tamanho da oferta, segundo as fontes. O banco contratado aconselhará a BNDESPar sobre a melhor data para executar a venda. Se ela ocorrer no ano que vem, a empresa poderá vender uma participação maior.
– Eletrobras (SA:ELET3)
O quadro de funcionários da Eletrobras (SA:ELET3), após a projetada privatização da empresa, deverá conter cerca de 10 mil funcionários, disse nesta terça-feira o presidente-executivo da companhia, Wilson Ferreira Jr..
Segundo o executivo, a empresa conta hoje com 13.700 empregados, mas caminha para ter cerca de 12 mil até maio de 2020, sem que haja novos planos de demissão voluntária no horizonte até a meta ser atingida.
“Não há outro plano de desligamento até lá”, disse o CEO da companhia, durante coletiva de imprensa sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre.
– Bradesco (SA:BBDC4) e Cielo (SA:CIEL3)
Bradesco (SA:BBDC4), Cielo (SA:CIEL3) e a bandeira de cartões Visa iniciaram nesta terça-feira um sistema que permitirá que clientes paguem compras com uma combinação de cartão de crédito e outros meios.
Segundo os parceiros no negócio, o objetivo é evitar que portadores de cartões desistam de uma compra nos casos em que o valor da transação supera o limite de crédito concedido pelo emissor.
Assim, quando o portador realizar o pagamento com cartão de crédito não tiver limite suficiente para o valor total da compra, o terminal de pagamento emitirá um aviso com o valor parcial que poderá ser aprovado, dando ao comprador a opção de pagar o valor restante de outras formas.
Segundo o superintendente de Produtos da Bradesco (SA:BBDC4) Cartões, Frederico Napoleão, o modelo é similar ao de outros países e ao que já ocorre no Brasil com vouchers de benefícios, como de alimentação, nos quais o terminal de pagamentos aponta o valor disponível quando não há saldo suficiente para pagar toda a compra.
– Aviação
O governo do Rio de Janeiro anuncia nesta terça-feira redução da alíquota do ICMS sobre querosene de aviação com objetivo de atrair mais voos para o Estado, novas companhias aéreas e recuperar espaço perdido ao longo dos últimos anos para São Paulo, disse à Reuters o secretário fluminense de Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues Carvalho.
A redução do ICMS vai baixar a alíquota de 13% para até 7%, caso as empresas aéreas atendam alguns compromissos definidos pelo governo.
“Anualmente o governo estadual arrecada 160 milhões com ICMS sobre o QAV (querosene de aviação); estamos reduzindo alíquota com objetivo de aumentar a quantidade de voos. Haverá uma arrecadação direta, indireta, geração de emprego e renda a partir do incentivo”, disse Carvalho à Reuters.
AGENDA DE AUTORIDADES
– Jair Bolsonaro
O presidente inicia o dia com reunião com Paulo Guedes, Ministro da Economia; e André Luiz de Almeida, Advogado-Geral da União, e, em seguida, com Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores. Bolsonaro ainda recebe o Presidente da República Popular da China e o Primeiro-Ministro da República da Índia.
O dia será marcado pela reunião dos líderes dos Brics.
– Paulo Guedes
– Seminário “O NDB e o Brasil: Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável”;
– Encontro com o presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, K.V. Kamath