Investing.com – A jornada desta quarta-feira começa com ganhos de 0,38% aos 111.030 pontos para o índice Ibovespa Futuros, com o dólar comercial recuando 0,36% a R$ 4,1317. O mercado opera atento à agenda econômica, com dados das vendas do setor de varejo no Brasil e a reunião do Copom. Lá fora, o principal destaque é para a decisão do Federal Reserve e a coletiva do presidente da autoridade monetária estadunidense.
– Cenário Interno
Vendas do Varejo
As vendas do comércio varejista desaceleraram para 0,1% em outubro, na comparação com setembro, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje (11) pelo IBGE. Apesar da redução no ritmo, trata-se do sexto resultado positivo seguido do setor este ano, com ganho acumulado de 2,7% no período e de 4,2% frente a outubro de 2018. O índice de setembro foi revisado de 0,7% para 0,8%.
Seis das oito atividades pesquisadas registraram altas: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,3%), combustíveis e lubrificantes (1,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,2%), móveis e eletrodomésticos (0,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,3%), tecidos, vestuário e calçados (0,2%).
IGP-M
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou a alta a 1,83% na primeira prévia de dezembro, contra 0,08% no mesmo período do mês anterior, impulsionado pelo avanço dos preços dos bovinos tanto no atacado quanto no varejo, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a instituição, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou a subir 2,57% no período, depois de avanço de 0,09% na primeira prévia de novembro. O IPA mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral.
Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai reduzir a taxa básica de juros – Selic – para o menor nível da história recente, de 5% para 4,5% ao ano, na última reunião do ano do colegiado, que começou nesta terça-feira. Esta é a avaliação de economistas consultados pelo Investing.com Brasil. Mais um corte de 0,50 ponto percentual dá prosseguimento à flexibilização da política monetária iniciada em julho, quando houve a redução de 6,5% para 6% da taxa básica de juros.
Em relação aos próximos passos da política monetária, não há unanimidade na análise dos especialistas. “Nove entre dez economistas veem fim do ciclo [com a taxa Selic] entre 4-4,5% [ao ano]”, afirma José Pena, economista-chefe da Porto Seguro (SA:PSSA3) Investimentos, que vê espaço de uma redução adicional de 25 pontos-base no encontro seguinte em fevereiro.
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– Cenário Externo
China e EUA
Os índices acionários da China avançaram nesta quarta-feira diante das expectativas de que novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses podem ser adiadas, mas os ganhos foram limitados em meio à falta de confirmação formal.
Autoridades de Pequim e Washington sinalizaram que 15 de dezembro não é a data final para alcançar a chamada “fase um” do acordo comercial, segundo notícia do Wall Street Journal.
Ainda não há clareza sobre se o presidente dos EUA, Donald Trump, adotará as novas tarifas sobre cerca de 160 bilhões de dólares em produtos chineses em 15 de dezembro, disse uma pessoa a par da situação, acrescentando que os principais assessores econômicos e comerciais da Casa Branca devem se reunir nos próximos dias com Trump para decidir.
Brexit
O Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, deve obter uma maioria de 24 cadeiras no Parlamento nas eleições gerais da próxima quinta-feira, previu a empresa de pesquisas Focaldata nesta terça-feira, registrando uma queda brusca da maioria de 82 cadeiras prevista na pesquisa do mês passado.
A Focaldata prevê que os conservadores conquistarão 337 das 650 vagas do Parlamento, seguidos pelos trabalhistas, com 235, pelo Partido Nacional Escocês, com 41, e pelos liberais-democratas, com 14, baseado no modelo de previsões e de dados de pesquisas recentes.
O cenário se compara com uma pesquisa do dia 27 de novembro, que mostrava os conservadores conquistando 366 vagas, e que considerava que não houvesse votos táticos de apoiadores de partidos menores e é baseada no chamado modelo analítico MRP.
“As coisas estão incrivelmente equilibradas. Calculamos que cerca de 67 cadeiras estejam incrivelmente na margem, e estejam essencialmente indefinidas”, informou a Focaldata.
Impeachment de Trump
Democratas da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos anunciaram acusações formais de impeachment contra Donald Trump nesta terça-feira, o que o torna o quarto presidente da história dos EUA a enfrentar uma tentativa formal para removê-lo do cargo.
É quase certo que a Câmara, controlada pelos democratas, votará pelo impedimento do presidente, o que pode acontecer já na próxima semana. Em seguida, um julgamento aconteceria no Senado, de maioria republicana, no início do ano que vem, pouco antes do pontapé inicial para a eleição presidencial de 2020, com as primárias de Iowa e New Hampshire.
A tentativa de retirar Trump do poder tem poucas chances de sucesso. Ao menos 20 senadores republicanos precisariam votar pelo impeachment, e até agora nenhum deles indicou que considera tal medida.
O Senado pode optar por renunciar a um julgamento completo e, em vez disso, apontar seu voto após os democratas da Câmara e a defesa de Trump realizarem seus argumentos iniciais, disse em entrevista coletiva o líder republicano no Senado, Mitch McConnell. Isso pode contrariar os desejos de Trump, que quer convocar suas próprias testemunhas.
BOLSAS INTERNACIONAIS
Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,08%, a 23.391 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,79%, a 26.645 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,24%, a 2.924 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,06%, a 3.902 pontos.
A quarta-feira mostra-se de rumos indefinidos para a maior parte dos mercados de ações da Europa. Em Frankfurt, o DAX opera com alta de 0,29% aos 13.110 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE cede 0,06% aos 7.209 pontos. Já em Paris, o CAC recua 0,07% aos 5.842 pontos.
COMMODITIES
A jornada desta quarta-feira foi marcada por uma nova valorização dos contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo com maior volume de negócios, com data de vencimento para maio do próximo ano, avançou 0,53% para 658,50 iuanes por tonelada, o que representa variação de 3,50 iuanes em relação aos 655,50 iuanes por tonelada do valor de liquidação da véspera.
Na mesma direção, os papéis futuros do vergalhão de aço também tiveram ganhos na sessão de hoje, que são negociados na bolsa de mercadorias de Xangai, também na China. O contrato de maior de liquidez, de maio de 2020, somou 24 iuanes para 3.537 iuanes por tonelada. Já o segundo em volume, de janeiro, teve ganhos de 62 iuanes para 3.743 iuanes por tonelada.
Por outro lado, os preços internacionais do petróleo operam com queda nas principais praças. Em Londres, o FTSE perde 0,50%, ou US$ 0,32, a US$ 64,02. Já em Nova York, o WTI cai 0,44%, ou US$ 0,26, a US$ 58,98.
MERCADO CORPORATIVO
– XP Investimentos
A plataforma de serviços financeiros XP (NASDAQ:XP)precificou nesta terça-feira a maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de uma empresa brasileira este ano, a 27 dólares por ação na Nasdaq, acima da faixa de preço inicial, e levantou 2,25 bilhões de dólares, disseram fontes com conhecimento do assunto.
A XP, que tem entre seus acionistas a General Atlantic, o Itaú Unibanco (SA:ITUB4) e o fundador Guilherme Benchimol, foi avaliada em 14,9 bilhões de dólares, acrescentaram as fontes, pedindo anonimato para divulgar o preço antes do anúncio.
A empresa e seus acionistas vão levantar 2,25 bilhões de dólares, no quarto maior IPO dos Estados Unidos em 2019 e considerado um indicador para outras empresas de tecnologia financeira do Brasil que planejam listagem dos EUA em 2020.
Com uma demanda equivalente a 14 vezes a oferta, a XP elevou sua faixa de preço inicial, que era de 22 a 25 dólares por ação.
A oferta de ações da XP deve elevar a concorrência no setor bancário no Brasil, com os cinco principais bancos do país detendo 82% do total de ativos. A empresa usará os recursos para investir em marketing, contratação e novos serviços financeiros.
– Mori Energia
A empresa de geração distribuída de eletricidade Mori Energia informou nesta terça-feira que concluiu uma emissão de 300 milhões de reais em debêntures, acrescentando que os recursos obtidos na transação vão financiar a construção de empreendimentos solares que somarão 129 megawatts em capacidade.
A operação ocorre em momento de forte crescimento no Brasil da tecnologia de geração distribuída (GD), que envolve a instalação de equipamentos em geral solares sobre telhados ou em grandes terrenos para atender diretamente à demanda de consumidores.
A empresa disse que 32 projetos fotovoltaicos de GD receberão os recursos obtidos com as debêntures, todos no Estado de Minas Gerais, de acordo com publicação em sua página na rede social Linkedin.
– Oi (SA:OIBR3)
O presidente-executivo da Oi (SA:OIBR3), Eurico Teles, afirmou nesta terça-feira que vai sair da companhia em recuperação judicial em 30 de janeiro do próximo ano e que o conselho de administração da operadora escolherá um substituto para ele.
Em entrevista a jornalistas convocada após a empresa ser alvo de operação da Polícia Federal mais cedo, o vice-presidente de operações da Oi (SA:OIBR3), Rodrigo Abreu, afirmou também que a saída de Teles da empresa não tem relação com a ação das autoridades que investigam supostos pagamentos irregulares para uma empresa parcialmente controlada pelo filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Estou aqui há 38 anos e essa companhia é só pepino. É só pepino tanto que foi para recuperação judicial. Por quê? Tinha dívida imensa, receita decadente, serviço fixo decadente”, disse Teles durante a entrevista.
“Minha saída não tem nada a ver uma coisa com a outra. Um termo de transição foi protocolado na justiça e homologado em julho. Ele já apontava para isso e vou ficar na companhia até 30 de janeiro…vocês mesmo têm dito na imprensa que o Eurico vai sair e que o Rodrigo vai assumir”, complementou o executivo.
– Bunge
A multinacional de agronegócio e alimentos Bunge anunciou nesta terça-feira que nomeou Sheila Bair e Bernardo Hees para cadeiras em seu conselho de administração, sendo que as nomeações entraram em vigor na véspera, de acordo com comunicado da empresa.
Hees atuou como presidente-executivo da Kraft Heinz entre 2015 e junho de 2019. Ele também já foi presidente global do Burger King (SA:BKBR3) e da empresa brasileira de logística ALL, além de ter sido sócio da 3G Capital entre 2010 e 2019.
Já Blair foi presidente do conselho da Federal Deposit Insurance Corporation entre 2006 e 2011, além de ter atuado depois como consultora sênior da Pew Charitable Trust e da empresa internacional de advocacia DLA Piper.
– Locaweb
A empresa brasileira de hospedagem de sites e computação em nuvem Locaweb pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e pretende usar os recursos da operação em parte para aquisições estratégicas.
Segundo a minuta do prospecto preliminar divulgada nesta terça-feira pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação incluirá ofertas primária —papéis novos, cujos recursos irão para o caixa da empresa — e secundária —títulos detidos por sócios.
Itaú BBA, Goldman Sachs, Morgan Stanley (NYSE:MS) e XP Investimentos são os coordenadores do negócio.
A tranche secundária da oferta tem como vendedores o fundo de investimentos Silver Lake e os investidores pessoa física Andrea Gora Cohen, Claudio Gora e Gilberto Mautner.
– Banco do Brasil (SA:BBAS3)
O presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3), Rubem Novaes, afirmou nesta terça-feira que o presidente Jair Bolsonaro não quer a privatização do BB, razão pela qual o tema “é assunto encerrado”, mas não deixou de fazer considerações sobre os benefícios de uma investida nesse sentido.
Falando em audiência pública na Câmara dos Deputados, ele reiterou ser pessoalmente a favor da privatização, e reconheceu ter tomado um “puxão de orelha” de Bolsonaro por isso.
Mas Novaes ponderou que, mesmo se o Executivo tivesse posição contrária à atual, a privatização do BB (SA:BBAS3) ainda teria que ser analisada e aprovada pelo Congresso Nacional. “Então se me perguntam se sou a favor, sou. Vai ter privatização? Não”, disse.
Também convidado a participar da audiência, promovida pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara, o presidente da ANABB, associação que reúne funcionários do banco, criticou a postura do presidente do BB (SA:BBAS3).
– Petrobras (SA:PETR4)
A Petrobras (SA:PETR4) estuda a construção de uma unidade de lubrificantes na área do chamado Comperj, em Itaboraí (RJ), que poderá mais que quadruplicar a capacidade de produção da petroleira estatal no Rio de Janeiro a partir de 2022, disse à Reuters a diretora-executiva de Refino e Gás Natural, Anelise Lara.
A eventual construção poderá demandar investimentos de cerca de 400 milhões de dólares, ou mais de 1,6 bilhão de reais, para uma planta com capacidade de produção de até 225 mil metros cúbicos ao mês de lubrificantes, segundo a executiva.
Atualmente, a Petrobras (SA:PETR4) produz cerca de 50 mil metros cúbicos por mês de lubrificantes no Rio de Janeiro, por meio da Refinaria Reduc, em Duque de Caxias.
“Se os resultados forem positivos como a gente está esperando, é algo para começar em 2022 e faremos sozinhos”, disse Lara, ressaltando que o Comperj vai se tornar um polo industrial, incluindo uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), já em construção e prevista para 2021.
– Usina São Roque
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entrou com ação judicial em que pede a realização de um leilão judicial da hidrelétrica de São Roque, da Nova Engevix, para garantir o pagamento de um empréstimo milionário concedido para a construção do empreendimento, que está com obras paralisadas.
A dívida atualizada com o banco estatal de fomento é de 512,4 milhões de reais, segundo documento do processo visto pela Reuters, sem contar outros 272 milhões de reais devidos ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), também parte na ação.
A usina em Santa Catarina teve a concessão licitada pelo governo federal em 2011 e deveria iniciar a operação em 2016, de acordo com o cronograma original, mas a construção foi suspensa após dificuldades decorrentes do envolvimento da construtora Engevix em irregularidades investigadas por autoridades na Operação Lava Jato.
A companhia tem tentado retomar o projeto, após ter mudado o nome para Nova Engevix e fechado acordo de leniência com o governo, mas o BNDES declarou a dívida como vencida antecipadamente ainda em abril e agora tenta forçar a transferência do empreendimento para um novo investidor.
AGENDA DE AUTORIDADES
– Jair Bolsonaro
A quarta-feira do presidente da República começa com reunião com Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia, visitando à Confederação Nacional da Indústria – CNI. Na parte da tarde, se encontra com Luiz Eduardo Ramos, Ministro-Chefe da Secretaria de Governo.
– Paulo Guedes
– Reunião com a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves;
– Reunião com os presidentes dos Conselhos da Petrobras (SA:PETR4), Eletrobras (SA:ELET3) e Banco do Brasil (SA:BBAS3);
– Acompanha o Presidente da República Jair Bolsonaro em visita à Confederação Nacional da Indústria;
– Audiência com o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE);
– Reunião semanal com o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel;
– Reunião com presidentes das agências reguladoras;
– Reunião semanal com o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
*Com Reuters