No primeiro semestre de 2021, o setor de commodities “roubou a cena” e foi o segmento com maior valorização da B3, a Bolsa de Valores brasileira, registrando uma alta de 25,5% até o fechamento do pregão do dia 25 de junho, segundo informações da Warren. Em segundo lugar aparece o setor industrial, com 13,3% de valorização.
O crescimento do setor supera – e muito – a performance do Ibovespa, principal índice acionário da B3, no mesmo período, que registrou alta de 7%. O desempenho acima da média das empresas do segmento de commodities é reflexo do aumento do valor das matérias-primas no mercado global, que refletiu o maior otimismo quanto à retomada da economia mundial.
Para ilustrar melhor essa história, podemos observar o comportamento de alguns índices e preços de matérias-primas. O Bloomberg Commodity Spot Index, índice que acompanha o preço de uma cesta de commodities nos mercados de contratos futuros, acumula alta de 18,32% em 2021. O cobre, um dos destaques até o momento, tem ganhos acumulados de 21,10% na Bolsa de Londres, referência para seu preço.
Outro fator que deu um “empurrãozinho” para as ações dessas companhias na B3 foi o câmbio. Em relação ao real, o dólar está com uma cotação considerada elevada, apesar das quedas recentes. Em 2019, por exemplo, a moeda norte-americana valia cerca de R$ 4,01. Hoje (30), está em cerca de R$ 5. Como os preços das commodities são negociados majoritariamente em dólar, a moeda de referência, o lucro das empresas do segmento sobe.
“Apesar de termos assistido [na segunda quinzena de junho] uma depreciação do dólar ante o real, a moeda norte-americana passou grande parte dos meses em patamares elevados, o que foi positivo para as exportadoras de minério de ferro e de aço”, avalia Iago Souza, analista de investimentos da Warren.
A ação que mais subiu no Ibovespa desde o começo do ano e levou a “medalha de ouro” foi a empresa do setor petroquímico Braskem (BRKM5), que disparou mais de 150% em 2021.
“A empresa que sofreu bastante no ano passado engatou uma recuperação a partir de fevereiro. A melhora operacional, com a forte demanda por produtos petroquímicos, e o avanço das negociações sobre a venda da fatia da Novonor (ex-Odebrecht) foram gatilhos importantes para essa forte alta”, diz o analista.
Ainda de acordo com a corretora, a CSN (CSNA3) figurou entre os destaques, com alta de 38,6%, embalada pelo IPO (oferta pública inicial) de sua unidade de mineração, a CSN Mineração, em fevereiro, e pelo avanço da discussão sobre a oferta inicial da unidade de cimentos, que está prevista para acontecer ainda neste ano.
A Vale (VALE3) também foi uma grande beneficiada pelo cenário de dólar em alta e minério de ferro em máximas históricas. As ações da mineradora subiram 25,98% no período analisado. “A empresa tem gerado e apresentado um caixa absurdamente forte no período”, explica Iago.
ERRO: a matéria havia dito, erroneamente, que o setor de commodities foi o que mais se valorizou no 1º semestre no Ibovespa. O correto, na verdade, é que o segmento foi o que mais se valorizou na B3. O erro já foi corrigido.