Por Gabriel Codas
Investing.com – As ações de Azul (SA:AZUL4) e Gol (SA:GOLL4) operavam com desempenho pior ao do Ibovespa nesta quarta-feira na B3, com Azul em alta e Gol em baixa. A performance ocorre após a Câmara dos Deputados aprovar na véspera texto-base de Medida Provisória (MP) que exige reembolso e remarcação de passagens por voos cancelados durante a pandemia de Covid-19. Os deputados devem continuar a votação do texto na quarta-feira, analisando destaques apresentados pelos partidos.
A MP também trata da ajuda ao setor aeronáutico e aeroportuário, atribui o pagamento da tarifa de conexão ao passageiro e acaba com o adicional de embarque internacional.
Por volta das 12h48, as ações da Azul somavam 0,70% a R$ 21,65, com as da Gol recuavam 1,19% a R$ 19,91. O Ibovespa avançava 1,60% a 99.328 pontos.
Ajuda do BNDES
A participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento às companhias aéreas pode ficar abaixo dos 60% do apoio de R$ 6 bilhões que está sendo preparado com bancos privados, disseram duas fontes do governo próximas do assunto à Reuters.
A expectativa, segundo as fontes, é que os termos finais do empréstimo a ser colocado à disposição sejam acordados nesta semana, após três meses de discussões com as companhias aéreas Gol, Azul e Latam.
A proposta para as companhias aéreas prevê disponibilização de R$ 2 bilhões para cada uma das empresas. Inicialmente, o BNDES entraria com R$ 1,2 bilhão de cada, totalizando R$ 3,6 bilhões. Outros 10% viriam do pool de bancos privados e o restante seria captado via mercado de capitais por meio de emissão de debêntures e de bônus. Os recursos seriam repassados ao custo de CDI mais 4%.
Entre os fatores para a eventual redução da participação do BNDES estão operações de levantamento de recursos feitas pelas próprias empresas, como a compra de créditos da Gol anunciada pela Smiles (SA:SMLS3) na segunda-feira, no valor de R$ 1,2 bilhão, e a venda da participação da Azul na área portuguesa TAP na semana passada.
O desembolso dos recursos deve ocorrer só em agosto, meses depois da promessa inicial do governo feita ainda no começo da pandemia no Brasil, em meados de março, disseram as fontes, citando entre os motivos questões regulatórias.
Demissões
Reportagem publicada no Valor Econômico desta quarta-feira informa que as companhias aéreas que operam no Brasil já demitiram pelo menos dois mil aeroviários (funcionários que trabalham em solo) desde o início da pandemia da Covid-10. O Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) estima que o setor reúna cerca de 60 mil pessoas.
De acordo com o sindicato, o corte mais recente foi realizado pela a Azul na semana passada, com demissão de aproximadamente mil aeroviários. Os outros mil profissionais são da Latam. A Gol é a única empresa que ainda não efetuou demissões de aeroviários, segundo o sindicato.
(Com contribuição de Reuters)