A Gavea Marketplace, agtech que atua como uma bolsa digital de commodities baseada em inteligência artificial e tecnologia blockchain, recebeu um aporte de R$ 23 milhões.
A rodada “seed” foi liderada pela Astella, gestora de venture capital.
Também participam a 2TM, holding do Mercado Bitcoin, um Family Office e dois investidores individuais do mercado financeiro. A gestora Domo Invest também participou fazendo o follow-on, aumentando sua posição.
No final de 2020, a Domo já havia liderado a rodada Pre-Seed, com investimento de R$ 2,4 milhões na startup.
Com o montante em caixa, a Gavea vai investir na ampliação das validações socioambientais (ESG), feitas em blockchain, e na internacionalização do produto.
A startup planeja acelerar a distribuição das commodities brasileiras para a Europa e Ásia, e implementar a plataforma em outros mercados. Além disso, a empresa anunciou que vai expandir seu time, com a contratação de profissionais das áreas de tecnologia, comercial e marketing.
Fundada por Vítor Uchôa Nunes, ex-diretor executivo do BTG Pactual, a Gavea Marketplace ainda conta com outros dois sócios: Diogo Iafelice, diretor comercial, e Bruno Holtz, que comanda a área de tecnologia.
“Estamos animados por levantar uma rodada de estágio inicial tão relevante, e ainda mais animados por contarmos com um time robusto de investidores, com grande conhecimento de mercado”, comenta Nunes.
“O mercado Agro representa mais de 26% do PIB brasileiro o que mostra a magnitude das oportunidades que podem ser exploradas. Identificamos na Gavea um time experiente que, aliado a uma oferta de um produto diferenciado, resultam em uma grande combinação para atingir a liderança no segmento de comercialização de commodities”, comenta Marcelo Sato, sócio da Astella.
“Com o investimento da 2TM Ventures na Gavea Marketplace reafirmamos nosso compromisso em impulsionar a transformação da infraestrutura do mercado financeiro por meio da tecnologia blockchain. Estamos muito orgulhosos em fazer parte desse momento, junto com os demais investidores, e ver as soluções inovadoras da Gavea auxiliarem nesse processo de inovação”, afirmou Roberto Dagnoni, CEO da 2TM.
Em fevereiro de 2021, a startup trouxe para o mercado uma plataforma inovadora para a negociação de commodities, uma bolsa digital desenvolvida com tecnologia blockchain.
Em menos de um ano, a plataforma soma mais de US$ 1.5 bilhão (aprox. R$ 8.5 bilhões) em ordens de compra e venda, correspondentes a mais de 4 milhões de toneladas de produtos, e tem inserção em nove estados do país — Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rondônia, Piauí e Maranhão.
A solução funciona como uma bolsa de balcão (OTC), que permite aos compradores e vendedores saberem com quem estão negociando na outra ponta, com rastreabilidade e transparência na origem dos produtos, e sem intermediários.
As negociações são feitas à vista ou a prazo, com pagamento em reais ou em dólares e geração de contratos 100% digitais sob medida, assinados com certificado ICP-Brasil — o que resulta em menores custos transacionais e operacionais e em maior margem de lucro aos participantes.
Programa de sustentabilidade e tokenização de commodities
Neste mês, a companhia anunciou o lançamento do programa de sustentabilidade “Gavea﹒ESG”, que visa assegurar a procedência legal dos produtos comercializados e a rastreabilidade das transações.
A iniciativa busca promover o controle socioambiental das commodities negociadas, no Brasil e no exterior.
Com uma aplicação pioneira do blockchain no Agronegócio, a Gavea foi a primeira empresa no mundo a “produtificar” commodities em uma plataforma de comercialização, com o uso de “tokens” no blockchain, trazendo maior transparência e rastreabilidade ao processo.
“Na COP26, diversas empresas e países assinaram termos e compromissos para suspender a compra de produtos oriundos de áreas desmatadas. Com o nosso programa e negociando pela Gavea, o comprador sempre saberá a procedência do produto — ou seja, se foi produzido de maneira consciente e legal”, comenta Nunes.
“O Brasil é referência mundial quando o assunto é agro, e estamos mostrando que também no quesito tecnologia temos esse mesmo protagonismo. Criamos a primeira bolsa baseada em blockchain para o Agronegócio, e isso é só o começo.”, finaliza.
Com informações de Ovo Comunicação.