O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu ao indiciamento feito pela Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil após a derrota nas eleições presidenciais de 2022.
Em publicação no X, antigo Twitter, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), e o acusou de conduzir a investigação de maneira ilegal.
“Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, declarou o ex-mandatário.
Ele também citou os próximos passos da ação na Procuradoria-Geral da República.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, acrescentou Bolsonaro.
Relatório final da PF envolve Bolsonaro e 37 indiciados
O indiciamento de Bolsonaro foi acompanhado de acusações contra outras 36 pessoas, incluindo ex-ministros de seu governo e aliados próximos.
Entre os indiciados estão nomes como Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), o general Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Braga Netto (ex-ministro da Defesa), o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), além do ex-assessor presidencial Marcelo Câmara.
Outro nome de destaque é o do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que também foi indiciado. Cid, considerado um delator do caso, presta depoimento nesta quinta-feira (21).
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Reação de Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, se limitou a dizer que não comentará as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Próximos passos
O relatório final da PF foi encaminhado ao STF, que agora deve determinar os próximos passos.
O caso será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se há elementos suficientes para apresentar uma denúncia formal contra os indiciados.
Caso a denúncia seja aceita, o processo será conduzido pelo STF, com possíveis consequências jurídicas para os envolvidos.