Para o ministro Alexandre de Moraes as explosões que aconteceram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (13) é “um dos mais graves atentados” contra o Judiciário brasileiro e relaciona com o 8 de janeiro de 2023.
Em pronunciamento, Moraes, também relator dos inquéritos que investigam os atos de 8 de janeiro, criticou a proposta de anistia aos condenados e destacou que a pacificação do país depende da responsabilização dos envolvidos.
Explosões não são “fato isolado”, alerta Moraes
Para Alexandre de Moraes, as explosões no STF fazem parte de um contexto de radicalização que teve origem com o chamado “gabinete do ódio”.
Segundo o ministro, esse grupo disseminou discursos contrários às instituições e à autonomia do Judiciário, criando um ambiente que levou aos ataques, tanto do dia 8 de janeiro quanto o das explosões.
“O que ocorreu ontem no STF não é um fato isolado”, afirmou Moraes.
“Mas é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF principalmente, contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo”, complementou.
Moraes enfatizou a importância de combater o extremismo, considerando o episódio uma prova de que o radicalismo político ainda está presente e precisa ser enfrentado.
Ministério Público e Judiciário na defesa da democracia
Moraes também elogiou o papel do Ministério Público na manutenção da democracia e no enfrentamento ao extremismo.
Para ele, a instituição tem exercido um papel fundamental na contenção do discurso de ódio e na preservação dos direitos constitucionais.
“Ministério Público é uma instituição importante e vem fazendo esse trabalho de manutenção da democracia e no combate a esse extremismo que nasceu e cresceu no Brasil em tempos atuais”, afirmou o ministro.
Rejeição à anistia: “Não há pacificação sem justiça”
Além de abordar a ameaça representada pelo ataque, Alexandre de Moraes criticou a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
O projeto de anistia tem sido defendido por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas o ministro rejeitou essa hipótese, declarando que qualquer anistia apenas estimularia novos ataques.
Ele argumentou que “só é possível essa necessária pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”.
O magistrado destacou ainda que a violência de janeiro foi resultado de uma distorção da liberdade de expressão. “Em nenhum lugar do mundo, ofender, ameaçar e coagir é liberdade de expressão. Isso é crime”, destacou Moraes.
As informações são do InfoMoney