Inflação

Alimentação foi a surpresa dos economistas no IPCA de maio

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,47% em maio, abaixo da previsão de 0,60%, segundo dados divulgados pelo IBGE

- Agência Brasil
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Por Investing.com – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 0,47% em maio, abaixo da previsão de 0,60%, segundo dados divulgados pelo IBGE na manhã desta quinta-feira (9). O resultado também é bem inferior aos 1,06% prévios. A divulgação do anúncio acontece uma semana antes da reunião do Copom e deve trazer maiores sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária. 

O IPCA anual acumulou alta de 11,73%, abaixo da expectativa do mercado de 11,84% e dos 12,13% apresentados anteriormente.

Segundo resultados parciais divulgados pelo Banco Central nesta semana, os analistas consultados para a formulação do Boletim Focus estimam que o IPCA em 2022 será de 8,89%, ante 9% de cinco dias atrás. Para 2023, a expectativa passou de 4,50%, para 4,39%.

"Ainda que parte das surpresas baixistas tenham se mostrado em itens que não compõe os núcleos (energia), tanto higiene quanto alimentação fora empurram os núcleos para baixo, melhorando a dinâmica da inflação. Contudo, como se sabe, higiene pessoal tem alta volatilidade, o que diminui o grau de consistência da melhora, mas alimentação fora pode ser considerado mais perene", afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

"O IPCA de maio veio abaixo das projeções. O resultado corrobora para a leitura de que alguns grupos atingiram em parte certo teto uma vez que já subiram de maneira relevante, logo não é razoável supor altas ainda maiores na margem. Este parece ser o caso do grupo alimentação por exemplo que após subir 2,06% no mês anterior avança apenas 0,48% em maio", completa André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Segundo João Beck, economista e sócio da BRA, o IPCA bem abaixo do consenso já derrubou os contratos futuros de juros. "Duas forças podem influenciar o IPCA nos próximos meses: a possibilidade de reajuste pra cima de preços pela Petrobras (SA:PETR4), algo que é esperado pelo mercado diante da defasagem de preços em relação ao mercado e a proposta de limitar cobrança do ICMS para combustíveis, energia elétrica, teles e transportes", aponta.
 
Já para o economista do Banco Original, Eduardo Vilarim, o índice de difusão ainda veio elevado, em 72%. "Alimentos foi a abertura que mais descolou de nossas projeções, influenciada pela forte desaceleração dos alimentos consumidos no domicílio. Saúde também veio abaixo do esperado, refletindo uma desaceleração da alta dos produtos farmacêuticos. A queda de habitação e combustíveis já era esperada, refletindo parte das decisões governamentais quanto a gestão da bandeira tarifária de energia e a política de preços mais contida da Petrobras, respectivamente", completa.

"Alimentação é um resultado muito volátil, ainda assim, por ser muito volátil, o resultado de hoje não significa uma perspectiva para os próximos resultados. É um número que fica um pouco focado neste dado de maio e que não necessariamente se repetirá", pondera Raone Costa, economista-chefe da Alphatree.