Depois de Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Pão de Açúcar (PCAR3), as ações de Americanas (AMER3) foram as que mais caíram em um ano, com uma desvalorização acumulada de 58,34% no encerramento do pregão da última quarta-feira (5).
De acordo com as opiniões dos analistas de varejo da XP Investimentos, Gustavo Senday e Thiago Suedt, em material redigido por Iago Garcia, 2022 deve segue desafiador para companhia.
Primeiramente, o cenário complicado do Brasil afeta o poder e o desejo de compra do consumidor. “A combinação de inflação e taxas de juros em alta fragiliza o poder de compra dos consumidores, bem como a capacidade das empresas em repassar aumentos de preços dos produtos”, relatam os analistas de ações de Varejo da XP Investimentos.
Diante deste cenário, os especialistas têm preferência por nomes ligados ao varejo de alta renda, como Arezzo (ARZZ3), Grupo Soma (SOMA3) e Vivara (VIVA3), e a nomes mais resilientes, como Assai (ASAI3) e Raia Drogasil (RADL3).
Fusão com Lojas Americanas não foi o problema, mas requer atenção
Apesar da queda após o anúncio da fusão entre os papéis da B2W e Lojas Americanas, essa transação não foi apontada como o motivo da desvalorização.
Com a reestruturação, a companhia se consolidou como uma das maiores plataformas omnichannel do Brasil, com marcas como Submarino, Americanas.com, Shoptime, Sou Barato e Ame Digital, além de uma rede de mais de 1700 lojas físicas.
No entanto, para que esse robusto ecossistema enfrente o aumento da competição no setor e a deterioração macroeconômica, a integração entre os ativos das duas companhias deve ser certeira.
Por isso, 2022 deve seguir desafiador para Americanas, como analisam Senday e Suedt.
“O cenário para 2022 permanece desafiador para o segmento de e-commerce como um todo, frente a deterioração macroeconômica e aumento da concorrência do segmento. Dito isso, esperamos que a companhia continue a trabalhar na integração das operações físicas e digitais, e em novas verticais de crescimento e inovação, como a Ame Digital, Hortifruti Natural da Terra, Grupo Único e possíveis novas aquisições (M&A)”.
A XP mantém recomendação neutra para Americanas S.A (AMER3), com preço-alvo de R$ 45,00 por ação para o final de 2022.