A Agência Nacional de Águas (ANA) informou hoje (25) por meio de nota que está monitorando a onda de rejeitos após o rompimento da Barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a agência, havia a preocupação de que o rejeito atingisse a Usina Hidrelétrica Retiro Baixo, mas que a barragem da usina, localizada a 220 quilômetros (km) do local do rompimento, possibilitará amortecimento da onda de rejeito. “Estima-se que essa onda atingirá a usina em cerca de dois dias”, diz a nota.
A agência disse que está coordenando ações para manutenção do abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam água ao longo do Rio Paraopeba.
“Estamos em constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento”.
De acordo com a agência reguladora, a fiscalização da barragem rompida, de acumulação de rejeito de mineração, cabe à autoridade outorgante de direitos minerários, no caso, o antigo Departamento Nacional de Produção Mineral, transformado em dezembro do ano passado na Agência Nacional de Mineração (ANM).
Segundo o Cadastro Nacional de Barragens, elaborado pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e encaminhado à ANA, a barragem rompida tinha baixo risco de acidentes e alto potencial de danos.
Divulgado em novembro do ano passado, com dados referentes a 2017, o documento aponta 45 barragens com risco de rompimento, mas a barragem da Vale não estava nessa lista. No total, o relatório mostra que o país tem 24 mil barragens identificadas para diversas finalidades, como geração de energia, acúmulo de água ou rejeito de minérios, caso da barragem rompida hoje.
A reportagem da Agência Brasil enviou mensagem para a a Agência Nacional de Mineração, para que se posicionasse sobre a fiscalização da barragem, mas até o momento não teve retorno.