Por Felipe Bevilacqua*
Nesta segunda-feira (05), antes da abertura dos mercados, o Banco ABC divulgou os números do segundo trimestre de 2019. O resultado foi bom.
O Banco ABC é conhecido no mercado financeiro como um relógio suíço, pois é extremante criterioso em relação à concessão do crédito. Além disso, a fama também se dá pela forma conservadora que atua e pela previsibilidade dos resultados.
Há fatos positivos, como a manutenção do crescimento dos lucros, e negativos (o crescimento da carteira de crédito baixo e a revisão do crescimento esperado).
A visão geral do resultado é positiva. Assim como os outros bancos privados, o ABC está conseguindo crescer lucro acima dos 2 dígitos, com queda das provisões, manutenção das margens e um crescimento ainda abaixo do esperado da carteira de crédito. O lucro nesse primeiro semestre atingiu os R$ 250 milhões, o que demostra que a instituição vai entregar com tranquilidade um lucro superior a R$ 500 milhões no ano, o que resulta em múltiplo P/L preço lucro abaixo de 8 vezes.
Para o pregão de hoje, apesar do resultado positivo, podemos ver um movimento de realização de lucro, parecido com o que ocorreu com o Santander, Bradesco e Itaú. Com isso, o dia deve ser negativo para as ações do ABC (ABCB4) no curto prazo, mas o resultado do segundo trimestre só reforça a visão positiva para o banco e para o setor.
A carteira de crédito chegou a R$ 27,1 bilhões, o que representa um crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2018, e crescimento de 2,1% em relação ao encerramento do primeiro trimestre. O número foi abaixo do guidance (previsão) dado no início do ano. A empresa também revisou o guidance de crescimento de carteira, de 11%-15% para 6%-10%.
O lucro do banco foi de R$ 125,2 milhões, 12,2% acima do resultado do mesmo período do ano passado, e 3,3% do número do primeiro trimestre de 2019. O retorno do ABC permaneceu no nível dos 13% do NIM (Margem financeira) de 3,3%, igual ao número obtido no primeiro trimestre do ano.
Outro ponto positivo, foi a PDD (provisão para devedores duvidosos), que ficou em R$ 19,3 milhões no 2T19, uma queda de 41,6% em relação ao ano passado.
*Felipe Bevilacqua é gestor especialista na Levante, empresa de recomendações, análises e carteiras de investimentos. Esta coluna é de inteira responsabilidade da Levante e não reflete, necessariamente, a opinião da SpaceMoney.