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Oi precisa de um milagre para se salvar

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Por Felipe Bevilacqua*

Um novo ingrediente da crise da Oi. Tudo indica que a carta encaminhada pelo maior acionista da companhia ao Conselho de Administração pedindo a cabeça do CEO por discordância em como tocar as operação foi a gota d’ água de um processo interno doloroso. Rumores na imprensa apontam que o processo de substituição do CEO já estava em curso. A carta serviu apenas para expor o impasse para o mercado.

O dia a dia do acionista da Oi não tem sido fácil. As ações desabaram quase 50% desde a divulgação de seu resultado há uma semana. Quase todo dia ao abrir os jornais uma notícia diferente sobre a complicada situação da empresa: a divulgação dos fracos resultado operacionais, a possibilidade de intervenção da Anatel, a necessidade de captar 2,5 bilhões de reais para manter a operação rodando, a dificuldade no andamento do Projeto de Lei Complementar que está travado no Senado e agora o caso da substituição do CEO.

Olhando de fora, parece uma mistura de episódios de Suits com Billions. Aqui um parêntese cultural: são dois seriados que abordam temas do mercado financeiro, como trading, informações privilegiadas, fusões e aquisições. Vale assistir. Tem lá no NETFLIX.

Além disso, após a divulgação da carta, saiu na imprensa que já era estudado um plano para saída de O. O plano consistia na contratação de um COO que trabalharia junto com o CEO e, em seguida, o substituiria. O pedido de contratação do COO chegou a ser protocolado junto à Justiça, MP e o administrador judicial.

A atitude afobada do pessoal da GoldenTree deve apenas acelerar um processo que já estava em andamento, além de expor o descontentamento de como as coisas estão andando.

As notícia que têm sido veiculadas sobre a companhia são ruins para o papel. Acreditamos que apenas uma combinação de fatores positivos podem salvar a empresa — M&A, aprovação da PLC, venda de ativos. Entretanto, vale lembrar que o tempo é curto e o caixa da empresa está queimando.

*Rafael Bevilacqua é estrategista na Levante, empresa de recomendações, análises e carteiras de investimentos. Esta coluna é de inteira responsabilidade da Levante e não reflete, necessariamente, a opinião da SpaceMoney.