As emissões das empresas brasileiras no mercado de capitais totalizaram R$ 25,7 bilhões em janeiro, o que representa aumento de 41,0% em comparação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O montante inclui R$ 10,9 bilhões provenientes de operações realizadas via Resolução CVM 160, a nova norma de ofertas públicas (o restante do valor vem de operações iniciadas no ano passado e encerradas em janeiro).
“A perspectiva de manutenção dos juros no patamar atual por mais tempo reforça a predominância das captações pela renda fixa”, avalia José Eduardo Laloni, vice-presidente da entidade.
Ele aponta, ainda, que os instrumentos híbridos, como Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) e fundos imobiliários, também ganham destaque — em janeiro, essas operações representaram 10,3% do volume total captado no mercado de capitais — e têm contribuído para a diversificação do segmento.
Participação expressiva das debêntures nas emissões
Em janeiro, as ofertas de debêntures representaram 71,0% do total levantado no mercado de capitais, com R$ 18,9 bilhões (o volume também foi 160% maior do que o alcançado no mesmo período do ano passado).
Desse montante, 39,7% foram subscritos pelos fundos de investimento, enquanto 58,6% ficaram com instituições intermediárias e demais participantes da oferta.
Considerado o uso que as empresas deram aos recursos captados pelas debêntures, 51,7% foram direcionados para o refinanciamento de passivo, um patamar muito acima da média histórica dos últimos cinco anos (27,5%).
Também fazem parte do volume captado pelas debêntures as operações de infraestrutura (realizadas por Lei 12.431).
Em janeiro, essas ofertas atingiram R$ 2,9 bilhões, o que representa avanço de 428% sobre o mesmo mês de 2022.
Destaque ao aumento do prazo médio dessas emissões, que ficou em 24,2 anos. No ano passado, o prazo médio foi de 12,7 anos.
O avanço decorre da emissão da concessionária das linhas 8 e 9 do sistema de trens metropolitanos de São Paulo, com prazo de 26 anos e volume de R$ 2,5 bilhões.
Logo atrás das debêntures, as emissões de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) em janeiro tiveram participação de 8,4% (R$ 2,2 bilhões) do volume total do mercado de capitais. Na sequência, vieram os fundos imobiliários, com 5,9% (R$ 1,5 bilhão).
Na renda variável e no mercado externo não foram registradas ofertas em janeiro.