Na manhã desta segunda-feira (14), o fornecimento de energia elétrica segue interrompido para 537.000 clientes na Grande São Paulo, de acordo com informações atualizadas pela Enel, distribuidora responsável pela região.
O apagão foi causado por um forte temporal que atingiu a capital e a região metropolitana na última sexta-feira (11) e afetou um total de 2,10 milhões de residências.
Embora 1,50 milhão de imóveis já tenham tido o serviço restabelecido, muitos ainda enfrentam o terceiro dia sem luz.
Regiões mais afetadas
Na cidade de São Paulo, cerca de 354 mil clientes permanecem sem energia. Entre os bairros mais afetados estão Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís.
Além da capital, cidades como Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo também sofrem com a interrupção no fornecimento de energia.
Cotia contabiliza 36.900 imóveis sem luz, enquanto Taboão da Serra e São Bernardo do Campo têm, respectivamente, 32.700 e 28.100 residências afetadas.
Reforço nas equipes
Em resposta à crise, a Enel afirmou que reforçou suas equipes de campo com técnicos vindos do Rio de Janeiro, Ceará e de outras distribuidoras de energia. Mesmo assim, a retomada completa do serviço ainda não tem previsão definida.
A companhia diz trabalhar “incansavelmente para restabelecer o fornecimento para os clientes impactados”, como declarou a empresa, em nota oficial.
Impacto no abastecimento de água
Além da falta de energia, o apagão trouxe consequências para o abastecimento de água em várias regiões da Grande São Paulo.
A Sabesp (SBSP3) informou que a interrupção de eletricidade afetou o funcionamento de estações elevatórias e boosters, que são responsáveis por transportar a água para áreas mais elevadas.
Como resultado, bairros da capital e cidades da região metropolitana, como Cotia, Santo André, Cajamar, Embu das Artes e Mauá enfrentam escassez de água.
Apagões recorrentes
Este foi o segundo grande blecaute a atingir a Grande São Paulo em menos de um ano.
Em novembro de 2023, a região ficou quatro dias sem energia após um temporal de grandes proporções, que causou mortes e danos severos à infraestrutura elétrica.
A Enel, que assumiu as operações da Eletropaulo em 2018, continua com desafios para lidar com eventos climáticos extremos, o que gerou críticas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que a empresa não cumpriu o plano de contingência para esse tipo de evento e colocou menos funcionários em campo do que o necessário.
“A Enel não tem atendido todas as expectativas com relação à recuperação do serviço em situações de emergência”, declarou Feitosa, em coletiva de imprensa no domingo (13).
Críticas à gestão da crise
O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, foi alvo de críticas pela demora no restabelecimento total do serviço.
Lencastre informou que, apesar dos esforços, não existe previsão exata para a normalização do fornecimento de energia.
“Não queremos passar uma expectativa que possa ser frustrada. Sabemos do transtorno e da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os clientes”, disse.
Além disso, a Enel mobilizou 500 geradores para hospitais e outros estabelecimentos essenciais que ainda estão sem energia.
Dois helicópteros também foram enviados para sobrevoar as linhas de transmissão e identificar possíveis falhas.
Danos do temporal
O temporal que causou o apagão foi marcado por ventos de até 107,0 quilômetros por hora e deixou um rastro de destruição em diversas cidades do estado.
De acordo com a Defesa Civil, sete pessoas morreram: quatro na região metropolitana de São Paulo e três no interior do estado, na cidade de Bauru.
Os moradores das áreas afetadas relatam dificuldades não apenas pela falta de luz, mas também pela comunicação precária com a Enel para abrir chamados e obter uma previsão de quando o serviço será restabelecido.