Locaweb

Apesar de boas perspectivas, IPO da Locaweb não anima corretoras

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A Locaweb, empresa brasileira de hospedagem de sites e de soluções de e-commerce, tem sua oferta primária de ações (IPO, em inglês) marcada para o dia 6 de fevereiro. Estimativas projetam que a companhia capte cerca de R$ 1 bilhão na B3, a bolsa brasileira. Muitos investidores querem saber: ainda é possível, e será que vale a pena, participar do IPO da Locaweb?

Passo a passo

Em primeiro lugar, vamos ver como funciona, para o investidor, o processo de IPO.

Inicialmente, ocorre um período de reserva, onde os acionistas declaram que querem comprar as ações da empresa. Esse processo serve para estipular a demanda esperada para aquele papel. No caso da Locaweb, as reservas podem ser feitas até o dia 3 de fevereiro.

O passo seguinte é o bookbuilding, quando a empresa calcula o preço-médio da ação. Nessa fase, é levado em conta tanto o preço que os investidores querem pagar naquele papel, quanto o valor que a companhia acha justo. A seguir, ocorre a entrada daquele ativo na B3 e o início das negociações na bolsa. 

Vale ou não a pena?

Afinal, devemos ou não aderir à oferta primária das ações da Locaweb? Recorremos a duas casas de corretagem para responder essa pergunta.

Levante

A recomendação da Levante, plataforma que reúne informações sobre o mercado financeiro, é de não participar da aquisição primária de ações da Locaweb.

Na visão deles, os principais motivos para não participar desse IPO são, em primeiro lugar, porque os recursos captados, em sua maioria, vão ser repassados para acionistas do grupo de controle e não para o caixa da empresa. Isso limitaria o potencial da companhia em reinvestir esse dinheiro em melhorias operacionais, por exemplo.

Em segundo lugar, porque o dinheiro direcionado ao caixa será investido em crescimento por meio de aquisições, isto é, comprando tecnologia.

“A empresa não tem um histórico comprovado de sucesso em aquisições. Por isso, preferimos ficar de fora da oferta neste momento e aguardar que a Locaweb comprove sua capacidade de execução e crescimento”, diz a Levante, em relatório especial sobre o IPO da empresa.

Suno research 

No mesmo sentido, a Suno Research, casa de análise de investimentos, recomenda ficar de fora do IPO da Locaweb. Na visão deles, a empresa apresenta bons números, como a liderança em hospedagem de sites no Brasil, segundo monitoramento da própria empresa, nos nove primeiros meses de 2019. A companhia tinha 21,6% do market share do mercado brasileiro, e o segundo lugar, a HostGator, ficava com apenas 8,2%.

A Locaweb também apresenta a menor taxa de cancelamento (chamada de churn rate) da indústria de hospedagem de sites, com 1,2%, o que mostra que seus consumidores são fiéis à marca.

Entretanto, a Suno destaca que a margem líquida operacional da empresa é muito curta (4%), devido ao fato de a empresa ser uma grande pagadora de juros. Com isso, somado ao fato de que a companhia disputa espaço com outras empresas de tecnologia com maior capital e margem de segurança, a casa de investimento também não recomenda o IPO. 

“Manteremos a companhia no radar e acompanharemos de perto a dinâmica da concorrência, do crescimento da empresa e, principalmente, do valuation, para, eventualmente, em uma situação favorável mais clara, recomendarmos a associação a este negócio”, comenta a Suno, em seu relatório especial sobre o IPO da Locaweb.

Outro lado

Então, apesar das duas casas não recomendarem a oferta primária das ações, ambos os relatórios destacam perspectivas positivas para a Locaweb. A Levante afirma que “gosta da exposição ao setor de tecnologia, com muitas oportunidades de crescimento nas plataformas digitais/fintechs”. A Suno Research destaca a versatilidade da empresa, que oferece diversos serviços para seus assinantes.

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