As aplicações de pessoas físicas em fundos de investimento, títulos e valores mobiliários, ações e poupança, excluindo previdência, cresceram 9% no ano passado, atingindo R$ 2,797,5 trilhões, informou hoje a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O crescimento foi maior que a variação do juro do juro básico Selic, de 6,5%, mas pode ter sido influenciado pela rentabilidade da bolsa e de outros ativos acima dos juros.
O crescimento foi puxado pelo chamado Varejo Alta Renda, segmento diferenciado dos grandes bancos, que aumentou 12,1%, para R$ 872,6 bilhões, em meio ao esforço dos bancos em oferecer mais títulos, fundos e carteiras diferenciadas para os investidores por conta da queda dos juros básicos e da concorrência das corretoras independentes. Esse público intermediário, entre o varejo e o private, é o alvo das corretoras, que oferecem principalmente fundos multimercados de gestores independentes e títulos isentos de bancos menores e de empresas.
Já o segmento de varejo tradicional apresentou crescimento de 4,7%, abaixo do CDI, indicando migração de investidores ou baixa rentabilidade das carteiras. O saldo final de aplicações em fundos de varejo ficou em R$ 958,7 bilhões.
No segmento de alta renda, ou private bank, o crescimento de recursos foi de 10,7%, para R$ 966,2 bilhões.
Número de contas cresceu 4,7%
O número de contas de pessoas físicas cresceu 4,7% em 2018 em relação a dezembro do ano anterior, somando 77,044 milhões de contas. A imensa maioria, 64,956 milhões contas, é de poupança, com um crescimento de 3,82%. As contas para aplicação em títulos e valores mobiliários cresceram 9,8%, para 6,248 milhões, e as de fundos de investimentos, 9,23%, para 5,841 milhões de contas.
Poupança, renda variável e multimercados ganham espaço
As aplicações em renda variável ganharam destaque no ano passado nas carteiras de varejo graças à queda dos juros para 6,5% e a melhora da bolsa. Os fundos de ações cresceram 51,3%, enquanto as ações aumentaram em 40,7% nas carteiras. Já os multimercados continuaram crescendo, 33% em 2018, mas em ritmo bem menor que os 117,1% de 2017. Fundos cambiais também aumentaram sua presença no varejo, com 44,1% de aumento, e a poupança também aumentou, 10%, um pouco mais que os 8% do ano anterior.
Parcela ainda pequena no risco
Apesar do crescimento, a parcela em ações das carteiras de varejo segue discreta. Nas carteiras de varejo de alta renda, as ações passaram de 4% da carteira total de 2017 para 5,5% em 2018. Os multimercados, que possuem parcela em ações e são mais arriscados que a renda fixa, aumentaram sua fatia de 7,8% para 9,6%. Ou seja, somados, esses ativos chegam a modestos 15% das carteiras de varejo de alta renda.
Já no varejo tradicional, essa diversificação é ainda menor, com 1,1% em ações e 0,9% em multimercados, e grande concentração, 64,6% em poupança.
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