O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, operava em baixa acentuada durante o pregão desta quarta-feira (18), seguindo o pânico dos mercados internacionais com o coronavírus. Por volta das 16h25, as perdas eram de 12,66%, aos 65.169,67 pontos.
Houve acionamento de circuit breaker, mecanismo contra a volatilidade, por volta das 13h20, quando as perdas atingiram 10,26%, aos 66.961,15 pontos.
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O dólar comercial tinha alta, com valorização de 4,77% ante o Real e cotado a R$ 5,241, quebrando recorde intradiário. No começo da semana, a moeda norte-americana renovou a máxima histórica no fechamento, passando dos R$ 5. Hoje, o Banco Central repete a dose de leilões, na tentativa de conter a alta.
Os mercados seguem em pânico com a epidemia do novo coronavírus. Na segunda-feira, o Ibovespa teve um circuit breaker logo no início da sessão. A semana passada foi a pior desde 1997, com acionamento do mecanismo por 4 vezes.
Veja os principais fatores que influenciam o mercado financeiro na sessão de hoje:
Mercados internacionais
No Japão, o Nikkei teve recuo de mais de 2%. A Bolsa de Xangai encerrou o pregão em queda de mais de 1%.
Na Europa, DAX 30 fechou com perdas de mais de 5%, enquanto o índice CAC 40 encerrou o pregão com baixa de quase 6%. O FTSE 100 terminou a sessão com mais de 4% de perdas.
Em Nova York, Dow Jones derretia mais de 8%, enquanto Nasdaq despencava 7% e S&P 500 caía 7%.
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Coronavírus
A pandemia do novo COVID-19 continua a avançar — e assustar os investidores, que ainda avaliam os pacotes econômicos lançados ao redor do mundo.
No Brasil, o número de casos se aproxima de 300, com 2 mortes registradas. Ontem, o segundo teste do presidente Bolsonaro para a doença deu negativo, mas o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Heleno, está com a doença.
No mundo, são mais de 200 mil ocorrências, com os óbitos passando de 8 mil.
Calamidade pública
Na noite de ontem, o governo afirmou que vai pedir ao Congresso o reconhecimento de calamidade pública no país, com a pandemia de COVID-19. A lei flexibiliza o cumprimento de regras fiscais em momentos de crise, possibilitando maiores gastos com a crise. No entanto, a aprovação da medida pode significar mais obstáculos para o ajuste fiscal.
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Copom
Termina hoje a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central e o anúncio Selic fica para depois do fechamento do mercado. A expectativa do mercado (consenso Bloomberg) é de que haja diminuição da taxa básica de juros para 3,75% a.a. seguindo o movimento internacional, mesmo com a desvalorização cambial do real.