O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, abriu em queda o pregão desta quarta-feira (25), com ambiente internacional misto. Por volta das 10h10, as perdas eram de 0,26%, aos 69.547,99 pontos.
O dólar comercial avançava, registrando leve valorização de 0,02% ante o Real e cotado a R$ 5,082. No fim da semana passada, a divisa norte-americana teve leve alívio ante o real, com o acordo entre o Federal Reserve e o Banco Central.
Ontem, o Ibovespa fechou com forte alta, de quase 10%, após pregões seguidos de perda. Na semana passada, o circuit breaker, mecanismo que pausa as negociações de modo a tentar conter a volatilidade, foi acionado duas vezes.
Veja os principais fatores que influenciam o mercado financeiro na sessão de hoje:
Mercados internacionais
No Japão, o Nikkei teve forte alta, de mais de 8%. A Bolsa de Xangai encerrou o pregão com ganhos de mais de 2%.
Na Europa, DAX 30 operava no campo negativo, perdendo mais de 1%. O índice CAC 40 tinha ligeira alta, de 0,86%. O FTSE 100 também ensaiava ganhos a 0,25%.
Em Nova York, os futuros estavam mistos.
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Coronavírus
A pandemia do novo COVID-19 continua a avançar. No Brasil, o número de casos passou de 2 mil, com 47 mortes registradas. O foco é no estado de São Paulo, com 40 vítimas. No mundo, são mais de 430 mil ocorrências, beirando 20 mil óbitos. A Itália é o país na dianteira dos números, com quase 7 mil mortos.
Pacotes econômicos
O aguardado pacote de estímulos à economia estadunidense, somando US$ 2 trilhões, deve ser votado hoje no Senado, após acordo entre democratas e republicanos. Com isso, devem ser liberados US$ 500 bilhões para empresas e governos estaduais, além de outro pacote para pequenas companhias e mais um valor para aquisição de equipamentos médicos. A série de medidas também prevê ajuda para pessoas de baixa renda e flexibilização do acesso ao seguro desemprego.
No Brasil, a Câmara deve votar o orçamento especial para a crise do coronavírus, além do voucher de R$ 300 para trabalhadores informais, apresentado anteriormente pelo Ministério da Economia. Além disso, depois da revogação da MP sobre contratos de trabalho, uma nova proposta deve ser apresentada hoje: os salários poderão ser reduzidos, durante 4 meses, em até 50%. O trabalhador contaria com uma compensação de até 50% do valor perdido, paga pelo governo.
Pronunciamento do Bolsonaro
Ontem, durante pronunciamento televisivo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a contrariar as recomendações de especialistas, pedindo o fim do confinamento e chamando o COVID-19 de “gripezinha”. Além disso, culpou a mídia pela histeria em torno da crise do coronavírus e criticou governadores. O episódio renova as tensões entre Executivo e Legislativo — o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, criticou a fala do presidente no Twitter.
Eu e o vice-presidente do @SenadoFederal, @Anastasia, divulgamos nota sobre o pronunciamento do presidente da República nesta noite (24): Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população.
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) March 25, 2020