O resultado da Telefônica Brasil / Vivo (VIVT4) foi bom e veio um pouco acima do esperado em termos de crescimento de receita de serviços móvel e com queda menor na receita fixa em direção ao turnaround.
A companhia apresentou um bom crescimento na receita de serviços móvel: 4,6% no terceiro trimestre de 2019 comparado com o mesmo período de 2018 e 2,3% em comparação com o segundo trimestre de 2019.
O crescimento da receita móvel é resultado da mudança (upgrade) de clientes para planos pós-pagos com maior volume de dados, aumento de preços dos planos pós-pagos e forte crescimento da venda de novos aparelhos, com redução da receita de voz.
A receita fixa total teve redução de 3,9%, mas com crescimento expressivo das receitas de internet banda larga (44% e TV / fibra ótica (26%).
Com os números divulgados, esperamos impacto positivo no preço das ações da Vivo (VIVT4) no curto prazo. A companhia mostrou uma melhora do resultado da operação móvel, crescimento na internet banda larga e TV por assinatura.
No lado operacional, destaque para o novo aumento da base de clientes no pós-pago, com alta de 7,3%. A base de clientes pós-pago respondeu por 57,3% do total ante 56,6% no segundo trimestre de 2019.
A Vivo é a líder no segmento pós-pago com participação de mercado de 40% e líder na tecnologia 4G com 31,4% de market share e 6 pontos percentuais acima do segundo colocado.
O destaque positivo foi o crescimento da receita média por usuário (ARPU) dos pós-pago que subiu 6,4% devido a um aumento de preço de 9% no segmento em agosto.
A receita líquida somou 11 bilhões no terceiro trimestre, valor 2,6% maior que obtido no ano anterior, valor influenciado pela expansão da receita móvel e de ultra banda larga.
O destaque negativo foram os custos operacionais recorrentes subindo 2,5%. Com isso, o Ebitda recorrente totalizou 4,0 bilhões de reais, crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2018, com margem Ebitda de 36,2% (35,9% no terceiro trimestre de 2018).
Na última linha, o lucro líquido (ajustado) do período somou 965 milhões de reais no terceiro trimestre, uma redução de 69,6%. Essa queda é explicada por ganho não recorrente com impostos no mesmo período de 2018.
O principal catalisador para as ações da Vivo era a aprovação do projeto de lei de telecomunicações, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional. A partir de agora, a Vivo e demais empresas de telefonia poderão fazer maiores investimentos em fibra ótica e menos em telefonia fixa (orelhões, por exemplo).