Por Maximilian Heath, da Reuters – O governo da Argentina fechou um acordo de curto prazo com a empresa belga Jan de Nul para dragar o rio Paraná, disse uma fonte do governo nesta sexta-feira (10), uma medida que visa ajudar os navios que exportam grãos a navegar pela hidrovia, que atualmente está em níveis baixos históricos.
O Paraná está em seu ponto mais baixo em 77 anos devido a uma forte seca no Brasil onde o rio começa. O baixo volume afetou os embarques, enquanto o Estado tem um plano para assumir um papel mais direto de gestão do rio, alimentando preocupações da indústria sobre possíveis aumentos de tarifas.
A Argentina é um importante fornecedor global de trigo, o segundo maior exportador mundial de milho e o maior exportador de óleo e farelo de soja, usado para alimentar suínos e aves da Europa ao Sudeste Asiático. Cerca de 80% das exportações agrícolas vão do Paraná até o oceano.
O Paraná é administrado há décadas por Jan de Nul, mas o governo este ano entregou a gestão à Administração Nacional dos Portos (NPA, na sigla em inglês), que planeja uma nova licitação.
"Em relação à dragagem, será feito um contrato de curto prazo para que Jan de Nul continue por um tempo, pois a licitação será lançada na mesma época", disse a fonte do governo. "Já está combinado que vai continuar com Jan de Nul."
Um porta-voz de Jan de Nul não quis comentar.
A Argentina precisa que o Paraná seja mais navegável para movimentar grãos, a principal fonte de dólares de exportação necessária para repor as reservas do banco central afetadas por uma longa recessão econômica e pela pandemia do coronavírus.