Com a taxa de juros em patamar historicamente baixo e a alta volatilidade do mercado acionário, a necessidade de diversificação torna os investidores interessados por modalidades alternativas. Neste movimento, cresce a busca por ativos alternativos, instrumentos financeiros que se enquadram fora das principais classes de ativos, como ações, renda fixa e equivalentes de caixa.
Muitos tipos de investimentos alternativos já existem há algum tempo e são bem conhecidos dos investidores como criptomoedas, commodities, imóveis, arte, vinho, carros, diamantes, ativos judiciais e empréstimos entre pares.
Outros, no entanto, são relativamente novos, e se expandem de acordo com a crescente demanda. A Associação de Empresas de Investimento do Reino Unido, por exemplo adicionou royalties de música à sua categoria de investimentos alternativos.
As carteiras de investimentos são construídas para maximizar retornos futuros e minimizar riscos. Isso pode ser conseguido combinando várias classes de ativos, idealmente com pouca ou negativa correlação entre si. Diversificação é um conceito-chave de investimento destinado a reduzir o risco geral do portfólio.
O principal benefício de adicionar ativos alternativos em um portfólio é sua baixa correlação com ativos tradicionais. Os investidores também esperam gerar retornos mais altos nos alternativos, pois esses ativos são bastante ilíquidos e não padronizados. Além disso, estão menos expostos a volatilidade e a ciclos econômicos. Alguns deles podem até se beneficiar de uma desaceleração econômica, um aumento do dólar ou inflação. Ouro, por exemplo, marca todas essas checkboxes e é geralmente visto como um ativo “porto seguro” por muitos investidores. Dependendo das circunstâncias, um portfólio de investimentos alternativos também pode oferecer alguns benefícios fiscais.
Historicamente, os ativos alternativos existentes estavam disponíveis principalmente para investidores institucionais e de alto patrimônio líquido. Relatório da empresa de investimento global, KKR, mostra que um plano de pensão global comum e uma conta HNW comum (com clientes que possuem de US$ 1 milhão a US$ 5 milhões) têm uma alocação de 24% e 22% para ativos alternativos, respectivamente.
Uma das tendências recentes de investimentos alternativos, no entanto, tem sido o surgimento de novos ativos, bem como alternativas líquidas como ETFs e fundos mútuos. Esses produtos financeiros abriram a classe de ativos para muitos investidores de varejo. Já no mundo dos investidores de alto patrimônio líquido, fundos de pensão e grandes investidores institucionais, as alternativas mais populares são fundos de hedge, fundos de private equity e ativos reais.
Os ativos reais, bens e direitos que estão na economia real, são bem diferentes dos hedge funds ou private equity. São ativos físicos, como imóveis, infraestrutura (aeroportos, rodovias com pedágio, redes de eletricidade etc.), mercadorias físicas ou recursos naturais. Tais ativos, especialmente os de infraestrutura, tiveram um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionados por baixas taxas de juros e por oferecerem fluxos de caixa estáveis. Nessa classe também estão os ativos judiciais, direitos de crédito que resultem de ações judiciais.
Embora populares entre investidores sofisticados, são geralmente difíceis de acessar para um investidor médio. O crescimento recente de alternativas líquidas as tornou mais acessíveis, mas seu histórico é inconsistente. Investidores em potencial devem fazer suas pesquisas antes de entrar.
No mundo das finanças, não existe um “investimento 100% seguro”. No entanto, investimentos alternativos são geralmente considerados uma adição sólida a qualquer carteira de investimentos. Como sempre, é altamente recomendável realizar uma extensa pesquisa antes de tomar qualquer decisão. Nesta coluna, passaremos a destrinchar o mundo dos investimentos alternativos. Acompanhe!