Por Eduardo Tardelli*
ESG e Compliance. Aí estão duas palavras bastante usadas de uns anos para cá, mas você sabe exatamente o que significam?
ESG é a sigla de Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em tradução livre), ou seja, significa um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança realizadas por empresas para cuidar do meio ambiente, ter responsabilidade social. Compliance, por sua vez, envolve práticas, controles e soluções que têm como objetivo o cumprimento das leis e normas para o empreendimento em questão. Um dos aspectos mais importantes do compliance é a criação de uma cultura na empresa para que todos os funcionários tenham atitudes éticas e de acordo com os princípios e valores que são fundamentais para a empresa.
O compliance ambiental é completamente focado nos aspectos relacionados à gestão de resíduos, efluentes e na relação com o meio ambiente e as pessoas, ou seja, o compliance ambiental complementa em muitos aspectos o ESG.
A legislação ambiental no Brasil é bastante complexa e abrange todas as atividades de uma empresa: desde a extração da matéria prima até o consumidor final – mas em alguns casos vai além e engloba o papel da logística reversa: do consumidor até a indústria para que o material tenha uma destinação sem impacto ambiental. Do ponto de vista jurídico, isso é gigante e extremamente complexo. O compliance ambiental vem para garantir que todas as normas que envolvem os processos sejam cumpridas com o objetivo maior de evitar problemas futuros.
A preservação do meio ambiente está em alta (talvez nem tanto quanto deveria) tanto na sociedade quanto no meio empresarial e por isso aquelas empresas que não estiverem preocupadas com isso vão ficar para trás. Não se trata apenas de realizar ações específicas, mas sim de uma política contínua.
Compliance ambiental é mais do que apenas ter cestos de lixo reciclável, mas sim ensinar o colaborador que ele deve reciclar o lixo dele, pelo menos durante o expediente. Quando há uma preocupação verdadeira por parte da empresa, esse aspecto estará tão enraizado no colaborador que não ficará apenas durante o expediente. Ele vai levar essa preocupação para casa e influenciar as pessoas a sua volta, realizando uma verdadeira corrente do bem. É mais do que parar com os copos descartáveis, é optar por equipamentos com baixo impacto ambiental, priorizar itens mais duráveis e diminuir a pegada ambiental da cadeia produtiva.
É mais do que compliance, é plantar uma sementinha para uma mudança social. Você e sua empresa estão prontos para isso?
*Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) da internet e outras bases de conhecimento.