Por Caio Braz*
Nunca como antes o brasileiro se interessou tanto por investimentos. Dados dos últimos anos da B3 mostram um crescimento exponencial de investidores. São centenas de opções de produtos, cada um com suas características próprias e diferentes níveis de risco e de rentabilidade.
O olhar do investidor para o exterior também vem ganhando espaço – afinal, diversificar em ativos cotados em outras moedas (em especial dólar e euro) é bastante atrativo.
Para quem está dando os primeiros passos em investimentos internacionais, o caminho mais seguro é procurar um consultor de investimentos que tenha especialidade em análise do mercado de fora.
É bem comum também o movimento de buscar produtos de alguma gestora que o investidor conheça e confie. Inicialmente, o investidor precisa entender que há – literalmente – um mundo de possibilidades – como BDRs (Brazilian Depositary Receipts), fundos multimercado e fundos de índice listados em bolsa (ETFs) – e também seus riscos.
É preciso cautela para identificar o que pode ser investido diretamente no exterior com custo menor.
No último ano, foi registrado captação recorde de R$ 223 bilhões pelas gestoras do país.
Desse montante, cerca da metade foi para fundos que investem no exterior, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro (Anbima).
Isso porque, apesar deste tipo de negócio, em especial nos Estados Unidos, ser uma necessidade para proteção patrimonial desde sempre, as altas fortes do dólar nos últimos dois anos ajudaram a abrir os olhos dos investidores.
A tendência de moedas mais fortes que o Real, como o Dólar americano ou Canadense, Euro, Libra, Franco-suíço é de valorização no longo prazo. Então mesmo que as variações de curto prazo possam em algum momento favorecer o Real, o investidor deve manter seus aportes pensado no futuro.
Entre as boas opções para construir uma carteira diversificada, destaco o mercado imobiliário norte-americano, que é muito desenvolvido, líquido e com rentabilidade atrativa no longo prazo.
Investimentos em ações e ETFs de índices de ações são boas opções de diversificação também sempre com foco no longo prazo.
O desafio é fazer escolhas assertivas em meio a muita oferta de produtos, manter as escolhas nos ativos mais óbvios e simples ou que estejam associados a nomes de confiança do investidor é um bom caminho para iniciar.
Os BDRs são uma boa alternativa quando o investimento não está disponível diretamente em corretoras de fácil acesso ao investidor. Alguns destes ativos específicos têm como melhor caminho o mercado de ações brasileiro.
Por outro lado, há outros que possuem fácil acesso ao ativo principal, como ações de grandes empresas, podem ser feitos diretamente em corretoras acessíveis ao investidor.
O retorno varia de acordo com o investimento e características. Mas, a renda variável – como o nome sugere – varia. Por isso é essencial que o investidor diversifique sua carteira.
Quando falamos em investimentos no exterior uma das opções mais recomendadas é relacionada à imóveis. O principal motivo é a resiliência e consistência do retorno e crescimento do mercado imobiliário, especialmente o norte-americano.
Desde os anos 70, o índice que calcula o retorno total dos investimentos imobiliários nos Estados Unidos supera o índice mais utilizado do mercado de ações, com risco menor. Logo, é um investimento que, no longo prazo, tende a apresentar um retorno maior que um investimento no índice de ações (S&P 500), com um risco menor.
O setor imobiliário dos EUA possui muitas opções que podem ser acessíveis ao investidor brasileiro através de gestoras brasileiras que estruturam produtos deste mercado.
O investidor comum geralmente não acessa esses produtos porque precisaria de aportes muito altos para serem acessados diretamente.
Mesmo em períodos de grande crise, o setor imobiliário norte-americano apresentou recuperação mais rápida que o mercado de ações, continuidade da distribuição de rendimentos e crescimento. Ou seja, é um setor muito resiliente com possibilidades de retorno atrativas.
Outros países também podem ser interessantes, como o Canadá e a Inglaterra, porém os produtos disponíveis aos investidores brasileiros que têm interesse de investir nesses países ainda são muito restritos.
Em termos de retorno, o mercado imobiliário deve permanecer crescendo ao longo de 2022, com rendimentos e crescimento estáveis. O mercado de ações deve apresentar uma maior volatilidade, devido as consequências da guerra e eleições regionais nos Estados Unidos.
De qualquer forma, em períodos de volatilidade especialmente em períodos de grande baixa é o melhor momento para o investidor iniciar ou aumentar seus investimentos.
Quem começou ou acelerou seus investimentos no pior momento da crise nos últimos dois anos, obteve um retorno excepcional na recuperação.
Quem entende que é sempre melhor comprar bons ativos e fazer bons investimentos quando eles estão mais baratos, tende a ter um resultado melhor do que os que apenas investem quando as notícias são boas.
*Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners.
*Com informações de TM Comunicações.