Transformação digital

ARTIGO - No setor financeiro, todos os caminhos levam à digitalização

A pandemia acelerou diversas tendências do mercado e agora tudo leva à transformação de serviços financeiros por meio da digitalização

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Por Sergio Costantini*

A pandemia promoveu a ampla digitalização – muitas vezes forçada – de praticamente todos os setores econômicos, e com o financeiro não foi diferente.

A startup Idwall projeta que mais de 67 milhões de contas totalmente digitais foram abertas só em 2020, enquanto um recente estudo da Comscore sobre a digitalização bancária na América Latina indica que o conceito se consolidou na região no ano passado, com o Brasil líder em alcance (73%), seguido por Chile (66%) e Argentina (61%).

O contexto impulsionou também a bancarização dos brasileiros.

Segundo o Banco Central, cerca de 9,8 milhões de pessoas iniciaram relacionamento com alguma instituição financeira entre março e outubro de 2020. O avanço dessa jornada digital é ainda mais evidente nos meios de pagamento, acelerados em cerca de três anos durante a pandemia, segundo pesquisa de novembro passado da Data Nubank.

Para atrair e converter essa fatia de mercado, a resposta é fácil: é preciso apostar em tecnologia. Sua execução, contudo, não é tão simples. Não por acaso, a consultoria McKinsey aponta que 70% dos bancos reavaliam as plataformas mais importantes e começam a aproveitar o potencial de serviços nativos na nuvem e ofertas de fornecedores de tecnologia.

Para evidenciar esta tendência, a IBM estima que 75% dos aplicativos do setor serão transferidos para a nuvem nos próximos três anos.

Uma nova geração de core bancário na nuvem está surgindo e as instituições financeiras estão se modernizando. Aos poucos, desafios dos antigos softwares são superados, como a carência de personalização, dificuldade de atualização e integração, assim como as APIs fechadas.

Um exemplo de sucesso é o da finlandesa Ferratum Group, que expandiu sua ferramenta Ferratum Business para sete novos países em seus primeiros três meses de operação, um time to market impressionante.

Foi essencial, nesse processo, o uso de um software capaz de integrar facilmente às soluções já existentes da empresa com simplicidade de atualização e execução, escalabilidade e suporte dedicado.

A aderência do modelo de software como serviço (SaaS) em instituições financeiras promove uma digitalização mais estratégica, evita processos burocráticos com uma tecnologia mais flexível e, por fim, representa uma vantagem competitiva ao permitir focar no core business financeiro.

Com a tecnologia, surge um novo patamar de serviço prestado e de interação com o cliente, cuja experiência é mais importante do que nunca. De acordo com estudo da Euromonitor International sobre o consumo em 2020 e 2021, cada vez mais as empresas precisarão pensar em produtos que tragam valor agregado aos clientes, repensar espaços físicos e/ou digitais, apostando em tecnologias que promovam novas experiências.

Por sua vez, o Boston Consulting Group (BCG) indica que as arquiteturas de informação e transação precisarão ser reinventadas para incentivar as compras e dados deverão ser analisados para promover interação e gerar novas experiências.

A pandemia acelerou essas tendências de mercado e, agora, tudo leva à transformação digital.

Sergio Costantini é diretor-geral da Mambu no Brasil.

Com informações de JeffreyGroup Brasil.